Se depender da vontade do governo, o próximo ano será marcado pelas privatizações de quatro companhias: Eletrobrás, Correios, o Porto de Santos e a PPSA (responsável pelos contratos do pré-sal). Estas privatizações foram anunciadas pelo ministro Paulo Guedes em uma entrevista sobre o balanço de fim de ano da pasta.
O ministro considerou a venda das quatro estatais como óbvias em 2021. A justificativa é a necessidade de chamar a atenção de investidores privados e por um fim na corrupção.
Sobre a Eletrobras, Guedes afirmou que a empresa necessita investir R$17 bilhões por ano e que atualmente consegue apenas R$3,7 bilhões. Ele diz que o governo federal não possui muita capacidade fiscal para cobrir os problemas financeiros da empresa.
A respeito dos Correios, o ministro alertou pra necessidade de salvar a empresa antes que ela deixe de ser funcional. Disse também que a privatização é importante para garantir o pagamento das aposentadorias dos funcionários que contribuem para o fundo de pensão da empresa.
O trabalho da PPSA foi considerado “patético”. Na avaliação de Guedes, os R$100 bilhões de contratos sob administração da estatal são um “pretexto para a corrupção”.
Guedes considera que além da crise causada pelo coronavírus, que impactou os preços de ativos financeiros no mundo todo, a resistência dos ministros do próprio governo e um acordo entre partidos de centro com legendas de esquerda na Câmara dos Deputados, prejudica o andamento das privatizações.
Ceagesp
Com relação a privatização da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Guedes disse que o presidente Jair Bolsonaro decidiu adiar a venda para dar tempo de “extinguir a corrupção” na empresa.
“O presidente disse que tem muita roubalheira lá. Disse que, antes de privatizar, precisa dar uma limpada lá”, disse Guedes.
Ele lembrou que a empresa está localizada em uma região nobre de expansão imobiliária na capital de São Paulo e pode ser avaliada em R$ 40 bilhões.
“Num programa de privatização, pode dar propriedade de box para quem está lá. Seria a democratização do capital público. A privatização pode ser feita com um resultado de ganha-ganha”, explicou.