Casa Verde e Amarela exclui faixa 1 do MCMV e desampara famílias de baixa renda

Com o fim da Faixa 1 do programa de financiamento habitacional “Minha Casa Minha Vida” (MCMV), a população mais carente ficou sem a possibilidade de financiar a casa própria. Com o Casa Verde e Amarela, 42% das famílias brasileiras irão ficar sem moradia, sem subsídio e sem outra política habitacional.

Casa Verde e Amarela excluí faixa 1 do MCMV e desampara famílias de baixa renda
Casa Verde e Amarela excluí faixa 1 do MCMV e desampara famílias de baixa renda (Imagem: Reprodução/Google)

No dia 8 de dezembro, o Congresso Nacional aprovou o novo programa habitacional criado pelo governo de Bolsonaro (sem partido). Esse tem uma proposta com juros reduzidos e condições especiais para as regiões Norte e Nordeste.

Porém, houve mudança nas faixas de renda que agora se chamam grupos. Com isso, o governo aumentou o limite do grupo com renda mais baixa e diminuiu o de renda mais alta.

O MCMV funcionava por faixas, começando com ganho mensal de até R$1,800 e aceitando famílias com rendimento máximo de R$9,000. Já o Casa Verde e Amarela funciona por grupos, com limite de R$2,000 no primeiro e renda limite de R$7,000 no último grupo.

Faixa Renda mensal Grupo Renda Mensal
1 Até R$ 1.800 1 Até R$ 2.000
1,5 De R$ 1.800 até R$ 2.600 2 De R$ 2.000 até R$ 4.000
2 De R$ 2.600 até R$ 3.000
De R$ 3.000 até R$ 4.000
3 Até R$ 7.000 3 De R$ 4.000 até R$ 7.000
Até R$ 9.000

Com essa mudança a taxa de juros também sofreu alterações. Veja abaixo as taxas de juros do MCMV e do novo programa habitacional:

Faixa Renda mensal Taxa de juros Grupo Renda Mensal Taxa de juros
1 Até R$ 1.800 0 1 Até R$ 2.000 ·         4,25% (Norte e Nordeste);

·         4,5% (demais regiões).

1,5 De R$ 1.800 até R$ 2.600 5% 2 De R$ 2.000

até

R$ 4.000

·         4,75% (Norte e Nordeste);

·         5% (demais regiões).

2 De R$ 2.600 até R$ 3.000 6%
De R$ 3.000 até R$ 4.000 7%
3 Até R$ 7.000 8,16% 3 De R$ 4.000

até R$ 7.000

7,16%
Até R$ 9.000 9,16%

Como é possível perceber, o grupo menos favorecido financeiramente não tinha uma taxa de juros, porém, com a mudança as taxas estão mais altas que 4%. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) é esse grupo que mais precisa do imóvel.

Já a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV, afirma que 41,6% dos brasileiros que não possuem um imóvel são de famílias com renda de até um salário mínimo, ou seja, R$ 1.045.

Dessa maneira, o país possui 7,78 milhões de famílias que moram em casas em situação precária ou que pagam aluguel. É importante lembrar, que mesmo com o MCVMV, esse cenário não mudou muito nos últimos anos, já que em 2004 o Brasil possuía 7,9 milhões de famílias nesta situação.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.