Hamilton Mourão, vice-presidente da República, afirmou na última segunda-feira, 7, durante uma palestra comemorativa aos 126 anos da Associação Comercial de São Paulo, que o Brasil tem passado por crises nos sistemas políticos, econômicos e na sociedade nos últimos anos. Sobre a crise econômica, Mourão disse que ela vem sendo gestada ao longo dos últimos trinta anos.
De acordo com sua visão, se nada for feito, como a reforma do Estado, em apenas dois anos não será mais possível sustentar o governo.
“Temos dois pilares básicos da economia no vermelho, abalados: o déficit nas contas públicas e a produtividade”, disse.
Mourão diz que o déficit nas contas públicas está começando a ser melhorado a partir da reforma da Previdência, mas que os gastos com a pandemia do coronavírus impactaram novamente as contas do governo.
O vice-presidente alertou ainda que caso não seja feita a reforma do Estado Brasileiro que é grande e gasta mal, em um período de dois anos não haverá condições de sustentar a governo.
“É responsabilidade do nosso governo nesses dois anos trabalhar para superar os obstáculos, fazer as privatizações e equilibrar as contas púbicas, a fim de transmitir confiança para os investidores que desejam trazer seus recursos para o Brasil,” disse.
Ele aproveitou a ocasião para criticar os recursos de impostos e da dívida pública que se perderam em administrações incompetentes e na corrupção ao longo dos últimos trinta anos. A respeito do Produto Interno Bruto (PIB), ele afirma acreditar que a queda será de 4,5%, sendo menos da metade do que está sendo previsto.
Hamilton já havia reclamado que nos primeiros dois anos de governo não conseguiu concluir nenhuma privatização, disse que a produtividade do Brasil é muito baixa em decorrência dos problemas de infra-estrutura.
“O governo não tem dinheiro para infraestrutura e precisa atrair parceiro privado e, para atrair parceiro privado, precisamos ter ambiente amigável e com segurança jurídica”, disse.
Nem a Constituição brasileira escapou das críticas e ele disse que no seu entender, ela não olhou o futuro e imputou muitos deveres ao governo.
Sobre o auxilio emergencial que foi pago pelo governo, Mourão disse achar difícil que uma prorrogação aconteça.