Recuperação da economia: SEIS sinais mostram COMO país vai enfrentar fim de 2020

Pontos-chave
  • Crescimento da economia não deve ser mantido no quarto trimestre de 2020;
  • Avanço da pandemia e fim do auxílio emergencial preocupam os economistas;
  • Investimentos registram queda de 15%.

A pandemia do coronavírus abalou fortemente a economia mundial neste ano de uma forma nunca esperada, e no Brasil a situação não foi diferente. Após o crescimento de 7,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, as previsões da FVG (Fundação Getúlio Vargas) apontam um avanço de apenas 2,2% no quarto trimestre. Mas o que explica essa queda? Confira os motivos aqui.

Recuperação da economia: SEIS sinais mostram COMO país vai enfrentar fim de 2020
Recuperação da economia: SEIS sinais mostram COMO país vai enfrentar fim de 2020 (Imagem: Google)

Possível segunda onda da Covid-19

Os novos casos de coronavírus estão aumentando e a rede pública de saúde do Rio de Janeiro já está completamente lotada, de acordo com um levantamento da Fiocruz que está acompanhando o desenrolar da pandemia.

A situação também começa a preocupar em São Paulo, onde a capacidade das UTIs também está atingindo o limite.

O novo crescimento da pandemia pode fazer com que medidas de controle de circulação de pessoas voltem a ficar mais restritas. No segundo trimestre, o Brasil chegou a contabilizar quase 1.300 mortes por dia. Esse número chegou a cair para menos de 500, porém voltaram a crescer.

Caso a segunda onda se confirme, as pessoas podem recuar e deixar de frequentar o comércio com receio de contaminação, mesmo que ele continue aberto. As compras de final de ano podem também ser abaladas por este cenário.

Alta nos índices de desemprego

Em um período de apenas seis meses, 3,6 milhões de pessoas perderam seus empregos e neste momento, 14% estão desempregados. Os especialistas acreditam que esse número tende a piorar, podendo atingir mais de 15% até o fim de 2020.

O emprego é a principal forma de renda das famílias, que representa 70% do todo o orçamento. Sem deste dinheiro, os recursos para gastar diminuem e consequentemente, prejudicam. A recuperação econômica do país.

Comércio, indústria e serviços impactam a economia

Os indicadores econômicos do fim do terceiro trimestre e também do quarto já apontam que o passo da economia começou a desacelerar. A economista da FVG, Luana Miranda, reuniu os mais importantes índices utilizados para o cálculo do PIB e todos apresentaram queda.

A produção de papelão ondulado, que foi beneficiada pelo aumento exponencial do uso de embalagens pelo comércio eletrônico, registrou queda de 2% em outubro, após quatro meses consecutivos de alta.

A circulação de veículos pesados nas estradas ficou parado em 0,2% em outubro, depois de ter crescido 2,7% em setembro. A fabricação de carros, que aumentou 10,9% em setembro, só registrou 1,7% em outubro.

A indústria que estava se mantendo muito bem em meio a pandemia e conseguindo produzir ainda mais do que o período anterior, também começou a cair. Luana diz que aconteceu uma desaceleração generalizada da indústria no país.

Auxilio Emergencial

No mês de setembro, o valor da ajuda governamental por meio do auxílio emergencial caiu pela metade, indo de R$600 para R$300.

Os pagamentos tem previsão de serem efetuados somente até o fim do ano e isso prejudicará a renda de cerca de 65 milhões de pessoas.

Luana diz que sempre acontece um descompasso no pagamento do auxilio e as consequências da diminuição só devem ser percebidas nos últimos meses de 2020. Porém, com a possibilidade do fim da ajuda, o consumo das famílias já deve ficar mais restrito e prejudicar a economia.

“Não ter perspectiva do que vai acontecer já reduz o ímpeto de consumo. E isso piora quando se junta à preocupação com o desemprego”, diz.

Economia Brasileira

Inflação

Os bancos e consultorias já estão esperando uma inflação acima do centro da meta, de 4% neste ano, depois que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fixou a bandeira vermelha patamar 2 em dezembro.

O nível baixo dos reservatórios levou a agência a cobrar mais caro pela energia elétrica já que o governo terá que acionar as termelétricas que custam mais. Esta nova bandeira eleva a conta de luz em R$6,24 para cada cem quilowatts-hora.

A bandeira mais cara é mais uma peça na inflação que já vem sentindo o impacto com os preços elevados dos alimentos. A inflação prejudica grandemente o poder de compra das famílias.

Incerteza e investimentos

A dívida pública do Brasil segue para responder por mais de 100% do PIB, equivalendo a mais de R$7 trilhões. Os pagamentos do Auxílio e os gastos com a pandemia cresceram a dívida e o governo ainda não possui ou não divulgou nenhuma estratégia para estabilizá-la.

No segundo trimestre, os investimentos caíram 15,4% e em meio a tantas dúvidas, é provável que não se recuperem totalmente em 2020.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.