Governo avalia a possibilidade de criar uma linha de crédito pelo Bolsa Família. Com o fim do auxílio emergencial marcado para esse mês de dezembro, a equipe econômica está estudando formas de liberar recursos para a população de baixa renda em 2021. Entre as possibilidades já anunciadas, está o empréstimo com um valor de R$ 500 até R$ 1.000.
Para poder solicitar o empréstimo do Bolsa Família, o governo solicita que o cidadão esteja registrado pelo programa. Desse modo, os inscritos conseguirão ter acesso apenas por meio do fornecimento do número do NIS. A ideia é que os contratos sejam feitos diretamente na Caixa Econômica Federal.
Pedro Guimarães, presidente da instituição financeira, explicou que pretende utilizar o Caixa Tem como a plataforma de solicitação do serviço. A fermenta deverá ser otimizada para passar a incluir a opção de crédito para seus usuários.
No que diz respeito aos meios de custeio, o governo avalia a possibilidade de conceder os financiamentos nos mesmos moldes em que foi criado o Pronampe. Haverá uma antecipação financeira para as instituições que poderão ser resguardadas com a venda do serviço de crédito.
Uso consciente
Apesar de parecer uma proposta positiva, há ainda um debate entre técnicos da equipe econômica para conscientizar a população quanto ao uso do crédito.
Segundo o ministro da cidadania, Onyx Lorezoni, a medida precisará ser repassada com muita cautela para evitar grandes dividas para com os bancos e poder público.
“Se todos os beneficiários do Bolsa Família receberem esse crédito automaticamente, sem ter acesso aos cursos de educação financeira e aos conceitos do microcrédito, isso se torna um crédito direto ao consumidor. E isso leva a uma inadimplência maior. Essa é uma modalidade de crédito consciente”, explicou.
O Banco Central informou que no que diz respeito aos índices de inadimplência nas linhas de crédito, há uma taxa de 2,4% em outubro. O número é ainda menor para a solicitação feita por pessoa física que foi de 3,1% no mesmo período. O crédito pessoal foi de 5,7%.
A expectativa é que o novo serviço seja validado pela gestão pública e financeira até o fim de ano e passe a funcionar em 2021.