Correios, Eletrobras e outras SETE estatais entram no plano de privatizações para 2021

Pontos-chave
  • 115 projetos de privatização podem acontecer em 2021;
  • Paulo Guedes se frustra por não ter concluir privatizações até o momento;
  • Quatro projetos que estavam previstos para este ano ficaram empacados.

Na manhã de ontem, 2, o governo comunicou que planeja realizar nove privatizações no próximo ano. Entre elas, estão os Correios e a Eletrobras. A proposta vem do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) e é através dele que são realizadas as concessões, privatizações e parcerias com o setor privado para obras e serviços.

Correios, Eletrobras e outras SETE estatais entram no plano de privatizações para 2021
Correios, Eletrobras e outras SETE estatais entram no plano de privatizações para 2021 (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Estatais que entraram na programação de privatização no próximo ano

O Ministério da Economia já havia listado 126 projetos no PPI e entre eles estavam os de privatizações da Eletrobras, Casa da Moeda, Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Correios, Telebras, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e também, a venda de participações acionárias da Infraero.

Já na manhã desta quarta-feira (2), o governo disse que incluiu novos projetos na lista que agora totaliza 201. Segundo o Ministério da Economia, 115 desses projetos já podem ser feitos em 2021 e uma geração de R$367 bilhões é esperada.

Leilões que tem previsão para 2021

Paulo Guedes frustrado com os 2 primeiros anos de governo

Em novembro, Paulo Guedes, ministro da Economia afirmou ter ficado “bastante frustrado” por não ter conseguido concluir a venda de nenhuma empresa estatal nos dois primeiros anos do governo.

Ele disse também que os “acordos políticos” no Congresso tem dificultado as privatizações e que para solucionar o problema, seria necessário que o governo recomponha sua base parlamentar.

Neste ano, Guedes já havia dito que planejava realizar quatro grandes privatizações: Eletrobras, Correios, Porto de Santos e Pré-Sal Petróleo S.A. Mas, faltando menos de 30 dias para o fim do ano, nenhuma delas foi a leilão.

Paulo Guedes (Google)

Correios e Eletrobrás

Martha Seillier, secretária Especial do PPI, disse que o projeto de lei que viabilizara a privatização dos Correios deve ser discutida ainda em dezembro com presidente Jair Bolsonaro e após isso, será remetido ao Congresso Nacional.

“O projeto de lei permite que a gente tenha outras formas de prestação desse serviço, não apenas por meio de uma estatal, e traz princípios importantes para essa prestação. Mesmo que seja por meio de um investidor privado, ou de alguns investidores privados, o importante para o governo, que consta no projeto de lei, é que os serviços sigam sendo universalizados, que todos os brasileiros sigam recebendo suas correspondências, seus documentos e encomendas em casa”, explicou Martha.

A secretária complementou sua fala dizendo que “todas as políticas públicas” que são realizadas por intermédio dos Correios como livros didáticos, vacinas entre outros não serão afetados.

Diogo Mac Cord, secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, explicou que o processo de privatização da Eletrobras requer a aprovação de um projeto de lei pelo Congresso Nacional. A estatal atualmente é avaliada em torno de R$60 bilhões.

“Hoje, a participação do governo federal [na Eletrobras], somando direta, do BNDES e do BNDESpar, gira entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. É possível esperar uma valorização de, pelo menos, 50% a partir da alienação do controle. Lembrando que a natureza do projeto é uma capitalização”, disse o secretário.

Natureza

Marha assegurou que as concessões de floresta preveem o manuseamento sustentável pelos investidores.

“Nesse sentido, a gente permite a extração de algumas madeiras, previamente estipuladas, e de algumas riquezas da floresta, com a garantia de que serão substituídas, replantadas, de forma que, ao longo de 40 anos de contrato, aquela floresta está perfeita e foi recomposta”, explicou.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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