Após dois meses de alta seguidas, a taxa de juros do cheque especial caiu em outubro atingindo 112,9% ao ano, de acordo com as estatísticas divulgadas na última semana pelo Banco Central. No mês de setembro, a taxa estava em 114%.
A taxa permanece abaixo do teto de 151,8% ao ano (8% ao mês) para a modalidade imposto pelo Banco Central no começo de 2020.
No mês de janeiro, início da vigência deste limite, os juros estavam em 140,8%, ficando muito maior do que a registrada em setembro.
Ao longo de 2020, os juros ficaram abaixo do limite, porém nos meses mais intensos da pandemia a taxa ficou menor ainda.
Nos meses de fevereiro e março, período de pré-pandemia e que a economia ainda não tinha sofrido com o coronavírus, a taxa estava em 130,6% ao ano batendo o mínimo histórico em julho, ao registrar média de 111,7% ao ano.
A grosso modo, a taxa de juros está caindo no decorrer de 2020, revelando o impacto generalizado causado pela crise no crédito em decorrência da pandemia. O índice de inadimplência também caiu atingindo mínimas históricas, colaborando para a queda nas taxas.
Miguel Ribeiro, o diretor da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) diz que um crescimento nos juros é inevitável nos próximos meses.
O economista apontou alguns fatores que devem influenciar na economia e nas taxas, como o desemprego, diminuição da renda, redução nos valores pagos pelos benefícios sociais, como por exemplo, o auxilio emergencial.
Com tudo isso, a inadimplência pode acompanhar todo esse movimento e vir a aumentar no futuro.
“A tendência para frente é de subida de juros. Não que vamos subir violentamente os juros, mas que a tendência é essa porque o risco aumenta, automaticamente aumenta a taxa de juros, porque o peso da inadimplência é o maior componente da taxa”, disse.
Rotativo
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito que é quando o usuário não efetua o pagamento total da fatura na data determinada, cresceu novamente após duas diminuições seguidas.
O rotativo que segue sendo uma das linhas de crédito mais caras do mercado, atingiu 317,5% ao ano no mês passado, contra 309,7% registrado em setembro.