Declaração do deputado Eduardo Bolsonaro contra a China causa preocupação entre o agronegócio do país. Em rede social, o parlamentar relacionou o país asiático com espionagem. Por conta da tensão causada, houve preocupação na relação entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, que representa parcela considerável das exportações brasileiras.
Pelo Twitter, Eduardo Bolsonaro, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, afirmou apoiar o programa do Governo dos Estados Unidos, Clean Network.
O programa Rede Limpa tem o posicionamento contrário ao fornecimento da chinesa Huawei para a tecnologia 5G. Em publicação, o deputado indicou que o apoio criaria “uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. A publicação aconteceu na segunda-feira (23), porém foi excluído.
Posicionamento da embaixada chinesa
Em nota, a embaixada da China havia declarado que uma série de declarações do deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades são “infames” e “solapam” a relação entre os dois países. Além disso, esses posicionamentos, segundo a publicação, prejudicam a imagem do Brasil.
“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado”, alega.
Em seguida, a abaixada ainda afirma que, “caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.
Relacionamento entre os países no agronegócio
De acordo com uma análise realizada pela Cogo – Inteligência em Agronegócio, a China aumentou as compras do agronegócio brasileiro em 30,6%. Este aumento seria na comparação com o período de janeiro a agosto deste ano com o ano anterior.
Além disso, a análise indicou que esse mesmo período de 2020 teve o total de US$ 69,63 bilhões vindos das exportações do agronegócio. Na comparação com o mesmo período de 2019 o crescimento foi de 8,3%.
Na ocasião, a quantia havia sido de US$ 64,31 bilhões. Desse valor total, a China representa 30,7% das vendas.