Guedes tranquiliza dólar a R$5 e Selic em 2%; isso realmente é bom?

Paulo Guedes, ministro da Economia afirmou que em sua visão, o dólar cotado em torno de R$5 com juros a 2% é melhor para situação econômica do país do que num cenário de moeda americana desvalorizada e com juro alto. Esta declaração foi dada ontem, 23, dia em que o dólar fechou em alta de 0,83% cotado a R$5,43.

Guedes tranquila dólar a R$5 e Selic em 2%; isso realmente é bom?
Guedes tranquiliza dólar a R$5 e Selic em 2%; isso realmente é bom? (Imagem: Reprodução/PR)

“Nós estávamos em um endividamento em bola de neve, pagando juros altíssimos e com câmbio sobrevalorizado. Uma combinação bastante perversa de dois preços críticos na economia. A economia está muito mais saudável. Invés de (ter) juro a 10%, 12% e o câmbio a R$ 1,80, a economia está muito mais saudável com juro de 2% e câmbio de R$ 5. É muito melhor”, explicou Paulo.

O ministro considera que o câmbio atingiu seu nível de equilíbrio e o dólar ja fez seu overshooting, que significa que bateu a máxima e voltou a patamares mais baixos.

“Acredito inclusive que o câmbio brasileiro já fez o overshooting. Quando você troca o patamar de equilíbrio, ele normalmente dispara, passa do nível de equilíbrio e depois aterrissar no nível mais baixo. Eu acho que nós já fizemos o overshooting se prosseguimos com as reformas”, explicou.

Retomada dos empregos

Sobre o mercado de trabalho, Guedes acredita que o crescimento na geração de postos de trabalho que foi detectado nos últimos meses deve diminuir. Ele estima uma queda de cerca de 300 mil vagas formais de trabalho neste ano.

Até o mês de setembro, o Brasil teve uma perda líquida, que significa contratações menor que as demissões de 558 mil empregos formais.

Estes resultados foram contabilizados entre os meses de março e junho, momento em que a economia praticamente parou em decorrência da pandemia. Já nos meses de julho a setembro, aconteceu o crescimento nas vagas.

“É possível que termine o ano com perda de 300 mil vagas no mercado formal. Isso é um resultado muito importante. Nós vamos ficar entre um quinto e um terço das perdas das recessões anteriores. A maior crise na história do Brasil, o mercado de trabalho perder 300 mil empregos  é um resultado bastante expressivo”, finalizou.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.