O governo Bolsonaro vive um verdadeiro impasse quando a pauta é sobre os programas sociais que devem ser criados ou seguir em vigência no próximo ano. Renda Cidadã, prorrogação do auxílio emergencial e fim do Bolsa Família foram algumas das hipóteses já levantadas – todas em vão. Mais uma vez, Paulo Guedes, ministro da Economia, mostra que o governo está em desalinho.
Isso porque, não faz muito tempo que o mesmo defendeu a prorrogação do auxílio emergencial no caso de uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus.
Porém, o ministro voltou na palavra e disse que o governo não faria “aventuras” para bancar um novo programa social.
“Se nós conseguirmos criar um produto melhor dentro da responsabilidade fiscal, corretamente financiado, criaremos. Se não, o presidente já deu a última palavra. Enquanto essa discussão não estiver estabelecida, e ela não está, o que vai acontecer é o seguinte: vamos voltar para o Bolsa Família e acabou. Nós não vamos fazer aventura, não vamos gastar o que não pudermos. Ou tem sustentação fiscal ou não interessa”, declarou o ministro em palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior.
Um dia antes, Guedes havia falado que, se os casos da Covid-19 voltassem a crescer no Brasil, a União certamente estenderia o pagamento do auxílio emergencial.
A declaração não foi bem recebida por parte de analistas do mercado financeiro. Por isso, o assunto foi evitado ao máximo por Guedes no evento.
“A nossa hipótese de trabalho, para deixar claro, é que a doença está descendo. A pandemia está descendo. São os fatos, é a informação que nós temos. A doença está descendo, a vacina está chegando”, disse Guedes.
A declaração do ministro, porém, é contrária às estatísticas, que mostram um aumento no número de casos da doença em pelo menos nove capitais.
Pandemia no Brasil
Desde março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) soma 5.848.959 casos confirmados da doença, além de 165.658 mortes.
Somente nesta segunda-feira (16), até às 10h, já foram confirmadas mais 921 mortes e mais de 38 mil novos casos confirmados no país.