Economia Low Touch: Conheça os novos hábitos de consumo ocasionados pela pandemia do COVID-19

A economia Low Touch, ou de pouco contato, ganhou ainda mais importância durante a pandemia em decorrência do novo coronavírus (covid-19) e demonstra a clara mudança de hábitos de consumo por parte do consumidor. O comércio eletrônico é a parte mais visível e em destaque nesse novo tipo de economia.

Ginástica em casa, escritórios vazios e muitas compras pela internet: bem-vindo à economia Low Touch (Imagem: Adobe Stock)

Mesmo com a retomada gradual do comércio e das lojas, as compras online continuam em alta e rendeu um faturamento de R$ 33,4 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano. Comparado ao mesmo período de 2019, houve um aumento de 85,1% no comércio eletrônico, segundo a Neotrust / Compre & Confie, empresa de inteligência de mercado com foco no e-commerce.

Hoje, em Nova York, por exemplo, é muito comum o cliente sentar-se em um restaurante e acessar todo o cardápio através de um display com QR Code.

Além disse o pedido e o pagamento também podem ser feitos pelo smartphone. Essa nova realidade que muitos acreditavam ser passageira, ganhou ainda mais importância durante a pandemia e deve fazer parte do ‘novo’ sistema econômico.

Outra grande transformação ocasionada pela pandemia foram os pedidos e compras feitos online com a opção de retirada em loja. Esse sistema já funcionava antes, mas de maneira peculiar.

Com o isolamento social e as medidas restritivas adotadas por vários estabelecimentos, tornou-se uma necessidade, porém deve ser uma realidade para todos os varejistas no futuro.

De acordo com uma pesquisa da consultoria Digital Commerce 360, 53% dos comerciantes esperam que o BOPIS (sigla em inglês para “comprar online e retirar na loja”) ganhem maior destaque em seus negócios.

O Walmart, por exemplo, treinou mais de 30 mil funcionários para buscar nas lojas físicas os produtos que seus clientes colocaram em seus carrinhos virtuais. Porém, alguns varejistas estão indo além e abrindo lojas em que os clientes não podem entrar.

Os clientes fazem o pedido pela internet, estacionam o carro no local e um funcionário coloca as compras diretamente no porta-malas.

“Todas as redes do mundo farão o mesmo no futuro. O futuro é agora, porque a Covid-19 acelerou esse tipo de iniciativa”, declarou a consultora da Cambridge Retail Advisors, Ken Morris.

Atividades físicas online

O comércio eletrônica é a parte mais visível da economia Low Touch, porém as mudanças vão além do varejo.

As academias, por exemplo, foram um dos setores mais atingidos pela pandemia. Com os fechamentos das mesmas, as pessoas passaram a exercitar-se em casa e tornou-se um novo hábito.

Oferecendo aulas ao vivo pela internet, a empresa Peloton viu seu número de usuários dobrar em relação ao ano passado. A maior rede de academias do Brasil, a Smart Fit, retomou as atividades na maioria de suas unidades, porém a maioria dos clientes estão optando pelo serviço ‘Treine em Casa’ oferecido por eles.

A Apple anunciou que lançará até o fim do ano o Apple Fitness+, onde os assinantes terão acesso a aulas de ginásticas em 10 modalidades diferentes. O novo serviço funcionará em conjunto com o Apple Watch, monitorando os batimentos cardíacos e a queima de calorias, por exemplo.

Cinema em casa

Os cinemas de todo o mundo fecharam durante a pandemia e estão retomando suas atividades à passos lentos. Enquanto isso, os serviços de streaming batem recordes e mais recordes. A maioria dos grandes estúdios estão distribuindo seus filmes diretamente nos streamings e pay-per-views.

A dúvida é: será que assim como o Spotify e a Apple Music, através da venda de MP3, diminuíram a venda de discos físicos, os streamings podem ser uma ameaça ao cinema mundial? Mesmo antes do isolamento, na maioria dos países o público que frequenta cinemas apresenta queda, mesmo com o aumento do conforto das salas e das grandes inovações em som e áudio.

Home-office 

Mesmo com a liberação e reabertura dos estabelecimentos, algumas regiões de Nova York, como Midtown, onde concentra-se a maior parte dos prédios de escritório da cidade, seguem com baixa movimentação.

Uma recente pesquisa apontou que 90% dos funcionários de escritórios ainda trabalham de casa.

E a expectativa é que daqui oito meses, em meados de julho do ano que vem, somente 48% desses trabalhadores voltem às suas mesas. Essa mudança de hábito causará grande impacto no setor de imóveis comerciais.

Além disso, especialistas se perguntam se todos irão se adaptar a essa flexibilidade de horários, a não presença física nos empregos e a otimização do uso dos espaços.

Essas respostas virão apenas com o passar do tempo. Por enquanto, o que se sabe é que essa nova ‘economia à distância’ vem dominando o mercado mundial.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!