- Cesta básica mais cara foi montada em São Paulo;
- Óleo de soja e arroz foram itens com maior mudança de preço, mostra pesquisa;
- Confira o impacto do aumento dos preços em outros estados brasileiros.
A cesta básica tem valor maior que meio salário mínimo durante o mês de outubro, segundo dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na sexta-feira (6). Vale lembrar que o atual salário mínimo está avaliado em R$ 1.045, sendo R$ 522,50 sua metade.
De acordo com a pesquisa, a alta no valor da cesta básica foi sentida por 15 das 17 capitais analisadas pelo Dieese. Os principais alimentos que teriam causado esse impacto seriam o óleo de soja e o arroz.
Enquanto isso, as capitais Salvador e Curitiba registram uma baixa no valor da cesta, sendo de -1,05% e -0,60%, respectivamente.
A maior alta do mês de outubro em comparação a setembro deste ano foi registrada em Brasília (10,03%), seguida por São Paulo (5,77%) e Campo Grande (5,54%). O valor médio da cesta básica variou entre R$ 436,76 em Natal e R$ 595,87 em São Paulo.
Preço médio da cesta básica em outubro, por capital
- Natal: R$ 436,76
- Aracaju: R$ 442,26
- João Pessoa: R$ 449,97
- Salvador: R$ 454,50
- Belém: R$ 468,22
- Recife: R$ 469,05
- Brasília: R$ 480,48
- Fortaleza: R$ 510,74
- Belo Horizonte: R$ 516,82
- Campo Grande: R$ 520,12
- Curitiba: R$ 521,21
- Goiânia: R$ 537,61
- Vitória: R$ 552,85
- Porto Alegre: R$ 581,39
- Florianópolis: R$ 584,76
- Rio de Janeiro: R$ 592,25
- São Paulo: R$ 595,87
Preço do óleo de cozinha dispara nos mercados
Ainda de acordo com os dados levantados pelo Dieese, o óleo de soja aumentou de valor em todas capitais registradas. Sendo as maiores, respectivamente: Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%).
“O alto volume de exportação, a baixa oferta interna devido à entressafra e a elevação do preço do grão no mercado internacional explicam o contínuo aumento de valor do óleo nas prateleiras dos mercados”, avaliou o órgão.
O preço do arroz agulhinha também aumentou, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília. Neste caso, o órgão acredita que é reflexo do aumento do dólar.
“O aumento do preço do grão se deveu à maior demanda por parte das indústrias dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, ao aumento das cotações no mercado internacional e às exportações do grão. Mesmo que haja maior oferta, propiciada pelas importações, o câmbio desvalorizado deve manter elevado o valor do arroz comercializado”, apontou.
Outros alimentos além de óleo e arroz
Outros itens que compõem a cesta básica também foram avaliadas, como a carne, que teve aumento em 16 capitais, com destaque para variação de de 0,50%, em Curitiba, a 11,50%, em Brasília. A queda foi registrada apenas em Florianópolis, uma média de -10,84%.
A batata, pesquisada somente na Região Centro-Sul do país, teve aumento em 10 capitais. Enquanto Campo Grande e Goiânia registraram 7,78% e 38,67%, respectivamente, em Curitiba houve uma queda de -6,67%.
O tomate também registrou alta e foi encontrado em pequena oferta. Dessa vez, 13 das 17 capitais pesquisadas sofreram impacto. Vale destaque para os locais onde houve queda: Salvador (-6,21%), Curitiba (-5,18%), Vitória (-1,36%) e Recife (-1,14%).
O que o aumento dos itens significa?
A soma dos produtos, segundo o Dieese, mostrou que a cesta básica mais cara é a de São Paulo. No mês de outubro, o valor da cesta representou 53,09% do salário mínimo nacional líquido, ou seja, descontada a contribuição previdenciária de 7,5%. Em setembro, essa proporção era de 51,22%.
Outros itens que aumentaram de valor em São Paulo foram: banana (6,15%), carne bovina de primeira (5,12%), café em pó (1,96%), manteiga (1,19%), feijão carioquinha (0,89%), açúcar refinado (0,84%) e leite integral (0,21%). Na farinha de trigo (-5,99%) e no pão francês (-0,45%) houve redução.
Ainda segundo o órgão, o tempo médio de trabalho necessário para um trabalhador poder comprar uma cesta básica passou de 104 horas e 14 minutos em setembro para de 108 horas e dois minutos em outubro.
Quanto à pesquisa, vale ressaltar que a mesma é feita presencialmente apenas nas capitais São Paulo e Belém. Ainda assim, por causa da pandemia, é realizada com um número menor de pesquisadores e em horários com menos movimento. Nas outras 15 capitais, a alternativa foi realizar a pesquisa à distância.