Centrais sindicais buscam que o seguro desemprego seja ampliado para os trabalhadores demitidos durante a crise provocado pela pandemia do novo coronavírus. O governo, porém, se pronunciou trazendo uma contraposta com novas possibilidades. Entre elas, pagar mais duas parcelas, mas apenas para metade do público que teria direito.
A outra proposta seria pagar uma parcela extra de R$ 600 para quem não teve direito ao benefício. Também foi sugerido pagar três ou cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 para um grupo de 256 mil trabalhadores que foram demitidos e não tinham direito ao benefício.
De acordo com a proposta apresentada, o número de beneficiados caiu de 6,5 milhões de demitidos, estimados inicialmente, para 2,76 milhões. Com isso, o custo projetado em R$ 16,4 bilhões caiu para R$ 7,3 bilhões.
Segundo o governo, a redução desse número de beneficiados seria justificado pelo fim do período de calamidade, que está previsto para o dia 31 de dezembro. Mesmo que a pandemia da Covid-19 ainda não tenha chegado ao fim e que, em alguns municípios, dê sinais de uma possível “nova onda” de contaminação. Após esse prazo, o governo fica impedido de realizar gastos fora do Orçamento.
Desta forma, a solução divulgada pelos mesmos seria conceder o benefício apenas para os trabalhadores demitidos após o dia 31 de julho.
Propostas devem passar por votação
Normalmente, as parcelas do seguro desemprego variam com o tempo de serviço, sendo de três a cinco, com valor médio de R$ 1.285.
A possibilidade de cortar parte dos trabalhadores de receber o benefício extra, porém, não é vista com bons olhos pelos dirigentes sindicalistas.
“A iniciativa é meritória. Mas não achamos que o Codefat [Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador] deva tratar disso. O governo pode tomar a decisão por conta própria”, disse Sérgio Leite, secretário da Força Sindical.
Vale ressaltar que as propostas passarão por votação. As centrais sindicais têm seis votos e os representantes dos empregadores outros seis.
Em caso de empate, fica a cargo do presidente do Codefat, Francisco Canindé Pegado, da União Geral dos Trabalhadores, desempatar o placar.