O que podemos esperar da reforma administrativa do Ministro Paulo Guedes?

A Reforma Administrativa faz parte de um pacote maior de reformas pretendidas pela equipe econômica de Guedes. Com o intuito de modernizar os serviços prestados à população, o Ministro da Economia assina o projeto da reforma, confira o que pode mudar com a proposta.

O que podemos esperar da reforma administrativa do Ministro Paulo Guedes?
O que podemos esperar da reforma administrativa do Ministro Paulo Guedes?. (Imagem: Google)

Na manhã desta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro demonstrou empenho em avançar com a reforma administrativa. 

Em reunião virtual com a Câmara de Comércio dos EUA, o presidente afirmou esperar uma economia de até R$ 300 bilhões nos próximos 10 anos.

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Funcionalismo Público no Brasil

Para realizar qualquer tipo de serviço, é natural que o Estado brasileiro precise de mão de obra especializada. 

Funcionários públicos são desde professores, fiscais até juízes e desembargadores. Além do salário, muitos desses funcionários possuem diversos benefícios dependendo da função que exercem.

Além da estabilidade no cargo podemos citar licença remunerada, adicional por tempo de serviço e sistema próprio de aposentadoria.

Tudo isso não seria propriamente um problema, já que o trabalho realizado pelos funcionários públicos atinge diretamente a população.

Porém, infelizmente esse conjunto de benefícios não parece se converter em serviços de qualidade. Mesmo custando bilhões em impostos, os serviços que chegam até a população na maioria das vezes não condiz com o valor investido.

Não o bastante, além de custar mais do que efetivamente entregam, alguns cargos públicos recebem mais benefícios a cada ano que passa.

Sendo assim é fácil perceber que esse sistema é insustentável, pois custa mais a cada ano e não vemos o resultado desse aumento na sociedade.

Propostas da Reforma Administrativa

No texto do projeto, o Ministro Paulo Guedes escreve: “Apesar de contar com uma força de trabalho profissional e altamente qualificada, a percepção do cidadão, corroborada por indicadores diversos, é a de que o Estado custa muito, mas entrega pouco.”

Com uma estrutura de gestão antiga, o funcionalismo público peca muitas vezes por não conseguir se adaptar à novas realidades.

Uma série de regras estipuladas por agentes públicos acabam engessando a máquina pública que por vezes se preocupa mais em gerar burocracia do que prestar serviços aos cidadãos.

A intenção é justamente criar mecanismos de gestão mais modernos que incentivem os funcionários públicos de maneira mais correta.

A Reforma propõe, por exemplo, a criação de novas categorias de servidores públicos:

  • Vínculo de experiência: O futuro servidor público passaria por um período de avaliação como parte do concurso para assumir um cargo efetivo.
  • Vínculo por prazo determinado: Servidores contratados para necessidades específicas e com prazo determinado.
  • Vínculo por prazo indeterminado: Contratação de servidores para necessidades contínuas.
  • Cargo típico do Estado.

É importante ressaltar que a Reforma não altera o concurso público como principal porta de entrada para novos servidores. O que garante  um processo transparente e meritocrático.

O Projeto também propõe vedações de alguns benefícios para novos servidores, como:

  • Férias em período superior a trinta dias pelo período aquisitivo de um ano
  • Aumento de remuneração ou de parcelas indenizatórias com efeitos retroativos
  • Aposentadoria compulsória como modalidade de punição

De maneira geral, a reforma planeja modernizar as relações de trabalho público assim como as que vivemos no setor privado.

Gerando, além de uma grande economia aos cofres públicos, maior eficiência no serviço público.

O que a Reforma Administrativa pode trazer para o Brasil?

Como todo projeto de lei, é de extrema importância compreender os efeitos de cada mudança no longo prazo.

Além de toda a economia e modernização proposta, a Reforma pode alterar o funcionamento de alguns poderes.

A Reforma Administrativa atual concederia ao Presidente da República o poder de criar ou extinguir cargos existentes com mais facilidade.

No texto: “Extinguir cargos de Ministro de Estado, cargos comissionados, cargos de liderança e assessoramento de funções, ocupados ou vagos”.

A extinção de cargos apenas pela caneta do executivo pode permitir que um presidente controle outros setores de maneira mais autoritária.

Mesmo com as ressalvas, o texto ainda não passou pelo Congresso e segundo Rodrigo Mais provavelmente será discutido em 2021.

Espera-se do legislativo que contribua com a proposta, alterando os possíveis excessos e construindo um projeto ainda mais eficiente.

A economia nas contas públicas é extremamente bem vinda, já que o Estado brasileiro enfrenta dificuldades para se financiar.

O aumento dos impostos nos próximos anos parece inevitável, mas talvez com a reforma esse aumento possa chegar mais suave aos brasileiros.

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