Por conta da retomada da economia global, a corretora XP Inc. realizou uma nova projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. O valor esperado é de queda de 4,6%. Anteriormente, a estimativa era de diminuição em 4,8%.
A XP apresenta que a economia mundial está em fase de recuperação. Isto ocorre pela adoção de novas tecnologias, apoio dos governos e a possível chegada da vacina contra o coronavírus.
Da mesma forma, a América Latina apresenta perspectiva de melhora, principalmente, segundo a XP, por conta da alta dos preços internacionais de commodities e a retomada da demanda mundial.
Sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, a previsão indicou alta. O valor esperado é de 3,1% em vez do 2,6% anterior. Já para o ano que vem, a projeção segue em 2,6%.
Como fatores para a mudança de perspectiva do IPCA para este ano, a instituição aponta a reabertura gradual da economia, repasse da inflação de alimentos no atacado para bares e restaurantes, além das margens no setor aéreo.
Outro ponto indicado seria a alta do preço da carne e o anúncio de que o IBGE coletará mensalidades escolares em dezembro.
Preocupação com a política fiscal
A XP aponta que, para o ano que vem, há grande preocupação sobre a recuperação da política fiscal. A possível inclusão do programa Renda Cidadã ainda gera incertezas.
“A possibilidade um novo programa de transferência de renda – com custo adicional ao Bolsa Família em torno de R$ 30 bilhões por ano – trouxe dúvida sobre a sustentabilidade da regra do teto, refletindo nas condições de financiamento do Tesouro Nacional”, alega..
Para este ano, a XP acredita que haverá um déficit primário de 12,9%. Para 2021, o valor está em 3,9%. A projeção para a dívida bruta do governo geral está em 94,5% do PIB para este ano. Para o ano que vem, a porcentagem está em 96,3%.
“O risco fiscal, contudo, permanece. A pressão política continuará, tanto por programas sociais quanto por mais investimento. O teto seguirá pressionado se não houver disposição para rever gastos obrigatórios”, indica.
“Esta indefinição deve pesar sobre o desempenho da economia e dos ativos financeiros brasileiros nos próximos trimestres”, prossegue.