Durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil, muitas empresas tiveram que reajustar o próprio funcionamento para não “quebrar” e respeitar, minimamente, os funcionários. Uma alternativa para isso foi a suspensão de contratos e corte de jornada e salário, que antes não era permitido. O atual presidente Jair Bolsonaro prorrogou as possibilidades de suspensão e corte por mais meses.
“Diante do cenário atual de crise social e econômica, e com a permanência de medidas restritivas de isolamento social, faz-se necessária a prorrogação, mais uma vez, do prazo máximo de validade dos acordos”, diz a nota da Assessoria de Comunicação Social da Presidência. Já são oito meses de corte e suspensão.
“Essa ação irá permitir que empresas que estão em situação de vulnerabilidade possam continuar sobrevivendo a este período e, desta forma, preservar postos de trabalho e projetar uma melhor recuperação econômica”, sugere o texto.
Tais medidas foram iniciadas no mês de abril na tentativa de conter a onda de desemprego causada pela crise do novo coronavírus.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, até o momento, 18,4 milhões de acordos que se enquadram neste tipo foram firmados por cerca de 1,4 milhão de empresas.
Isso significa que o total de trabalhadores atingidos é de 9,7 milhões. A área de de serviços é responsável pela maior parte das reduções, com 9,3 milhões. Em seguida, vem o comércio (4,6 milhões) e a indústria (3,9 milhões). Há ainda acordos no setor de construção (422 mil) e agropecuária (51 mil).
Somente para bancar a iniciativa, o governo já desembolsou cerca de R$ 28,5 bilhões – dinheiro destinado ao complemento que o trabalhador atingido pelo corte tem direito. Esse valor deve chegar ainda em R$ 51,6 bilhões, segundo planejamento do governo Bolsonaro.
Uma nova prorrogação pode acontecer a qualquer momento, já que alguns estados passam por uma segunda onda de crise da pandemia e “sobra” dinheiro para bancar os cortes e suspensões.