FIM do auxílio emergencial: 15 milhões devem voltar à pobreza a partir de dezembro

O auxílio emergencial cedido pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus para a população mais pobre chega ao fim em dezembro deste ano e não tem previsão de continuidade para 2021. As parcelas foram depositadas desde o mês de abril. Pesquisas apontam que sua falta irá gerar um impacto negativo: devolverá 15 milhões de famílias à pobreza.

FIM do auxílio emergencial: 15 milhões devem voltar à pobreza a partir de dezembro
FIM do auxílio emergencial: 15 milhões devem voltar à pobreza a partir de dezembro (Imagem: Montagem / FDR)

Segundo o coordenador do levantamento citado, o economista Marcelo Neri, fica evidente que o retorno à pobreza tem data marcada: dia 31 de dezembro deste ano.

“O retorno à pobreza dessas quinze milhões de pessoas é um cenário até conservador. O Brasil foi o país da América Latina que mais concedeu auxílio proporcionalmente ao seu PIB, mas não era o que estava em melhores condições”, disse.

“O País teve generosidade, mas não sei se teve sabedoria. Vamos saber daqui a um ano”, analisa Neri.

O economista fez ainda um paralelo com o programa social Bolsa Família que, atualmente, atende milhões de núcleos familiares. Tudo indica que, em 2021, ele será “renomeado” para Renda Cidadã.

“Nove meses de auxílio correspondem a nove anos de Bolsa Família. Agora virá o Renda Cidadã, mas não sabemos ainda em que patamares”, diz. “Há a retomada no mercado de trabalho, mas com muitas incertezas para o próximo ano. Não se sabe quando sai a vacina ou qual seria o impacto de uma segunda onda de covid”, explica.

A pesquisa ainda ponta que o estado do Rio Grande do Sul foi o único estado que registrou aumento no número da população pobre na pandemia, mas não é de um todo responsável pelas estatísticas brasileiras.

“Lá [no Rio Grande do Sul] a pobreza aumentou pouco. É um lugar que fez alguns ajustes, como na previdência, e está fazendo outros. É o segundo estado em número de idosos, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. O auxílio emergencial está pouco presente no Rio Grande do Sul, assim como na região sudeste”, explica o economista Marcelo Neri sob uma perspectiva mais pontual.

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