O programa Renda Cidadã, que chega para substituir o programa Bolsa Família, criado no governo Lula, demanda um financiamento de cerca de R$ 20 milhões. No último mês, várias reuniões foram realizadas pelas equipes bolsonaristas para angariar os fundos – sem sucesso. Cortar os salários acima do teto do funcionalismo também uma alternativa inviável.
Isso porque, a alternativa representaria o equivalente a apenas R$ 1 bilhão por ano de redução de despesas para a União. Com os R$ 20 milhões, o atual presidente planeja ampliar a cobertura das transferências de renda a famílias na linha de pobreza e extrema pobreza, além de aumentar o valor do benefício mensal.
Até o momento, o Ministério da Economia não se pronunciou sobre a proposta de corte dos super salários.
Segundo Bolsonaro, há um grande número de núcleos familiares que teriam direito ao benefício, mas ainda estão fora do Bolsa Família.
O mesmo seria quanto ao valor do “novo programa”. Enquanto o Bolsa oferece uma média de R$ 190, Bolsonaro estuda a possibilidade de manter o valor das parcelas extras do auxílio emergencial, cedido pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Esse valor seria de R$ 300. Vale ressaltar que o auxílio emergencial chega ao fim em dezembro deste ano.
Para o próximo ano, o orçamento do Bolsa Família chegou a ser ampliado. Com R$ 34,9 bilhões, cerca de 15,2 milhões de famílias devem ser atendidas. O montante, porém, ainda não é suficiente para os desejos da equipe bolsonarista.
Segundo auxiliares do presidente, recuos do atual governo tendem a mostrar que o “sonho de R$ 300” para cada família começa a passar longe. Ou seja, a meta não deve ser alcançada. Ainda não se sabe de forma o governo irá reverter a situação.
De toda forma, o governo ganha tempo, já que, por causa das eleições municipais de vereadores e prefeitos, o projeto Renda Cidadã fica para 2021 – tempo necessário para que o desenho do “novo” Bolsa Família possa, enfim, sair do papel.