De acordo com cálculos da Renascença, os juros da taxa Selic tem 40% de chance de apresentar aumento de 0,25 ponto na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). Com relação à previsão para o final do ano, a indicação do juro será de 5%. Este valor seria resultante das possibilidades do extrapolar o teto de gastos e o regime fiscal, como se tem especulado recentemente.
Para dezembro, a previsão para o aumento do juro básico é de 90%, com 0,25 ponto. Já em relação ao final de 2021, a estimativa chega a mais de 5%.
Arthur Carvalho, economista-chefe da Truxt Investimentos, afirma que a possiblidade de resultados negativos poderá fazer com que a política monetária tivesse a necessidade de reversão de forma antecipada.
“O que está nos preços do mercado agora é uma ponderação de diferentes cenários: ou vamos ficar com uma Selic baixa por muito tempo ou vamos ter uma Selic muito mais alta, talvez até maior do que os números mostrados na curva, de 7%, 8%”, analisa ao Valor.
Com relação à preocupação dos investidores sobre a possível mudança da taxa, um dos motivos são as medidas que o governo fará após a pandemia.
“Por isso, aumenta momentaneamente a percepção de risco desses títulos, e eles têm uma oscilação negativa. Foi o mesmo fenômeno que vimos em 2002, quando aumentou a percepção de risco dos títulos do governo no fim do governo Fernando Henrique Cardoso e com a eleição de Lula”, afirma Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper, ao Globo.
A taxa Selic
A Selic se refere a taxa básica de juros da economia. É utilizada como um instrumento para controlar a inflação e tem influência em todas as outras taxas de juros, por isso a importância. O nome vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é administrado pelo Banco Central (BC).