BNDES diminui sua participação e põe à venda R$ 16 bilhões em ações durante pandemia

Durante este período de grande volatilidade nos mercado internacional e nacional devido a pandemia do novo coronavírus, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou mais uma venda de ativos de sua carteira de investimentos, com o intuito de diminuir o portfólio de ações.

BNDES diminui sua participação e põe à venda R$ 16 bilhões em ações durante pandemia
BNDES diminui sua participação e põe à venda R$ 16 bilhões em ações durante pandemia (Foto: Google)

Na última quinta-feira (1), o banco de fomento desfez-se de 11% na Suzano, se desfazendo assim de uma das suas maiores posições e colocando mais R$6,9 bilhões no bolso. 

Ao longo da pandemia de Covid-19, os desinvestimentos da instituição já estão somando R$16 bilhões. O BNDES já tinha alienado suas participações na Vale e AES Tietê.

São vendidas as ações da Suzano pelo BNDES

A demanda pelas mais de 150 milhões de ações da Suzano que foram postos a venda pelo banco atingiu três vezes a oferta, conforme o jornal “O Estado de S.Paulo”. Os coordenadores da oferta foram: 

  • JPMorgan;
  • Bank of America;
  • Bradesco BBI;
  • Itaú BBA;
  • XP Investimentos.

Os interesses pela gigante do papel e celulose não são em vão, já que com o dólar frente ao real, quase 40% no acumulado deste ano, aumenta o número de receitas de exportação da Suzano. A projeção para o preço da celulose no fim de 2020 se mostra positiva: a commodity pode mostrar uma certa valorização, depois de ter ficado meses em queda. 

Na última sexta-feira (2), as ações da Suzano terminaram o pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em baixa, apesar da operação feita ter sido considerada positiva pelo mercado. Os papéis ordinários da empresa fecharam em baixa de 0,37% a R$46,33. O Ibovespa registrou no mesmo dia um recuo acentuado de 1,53%.

BNDES desfaz uma parceria antiga

Os interesses pela base acionária da Suzano é antiga, e foi um processo impulsionado como uma operação de salvamento do setor. No ano de 2009, o banco financiou a criação da Fibria, que foi inventada a partir da fusão entre a Aracruz e Votorantim Celulose depois das duas empresas quase quebrarem por causa da compra de derivados cambiais. 

Há dois anos, a Fibria já recuperada do impacto foi incorporada pela rival Suzano, aumentando a participação do BNDES na empresa