Greve dos Correios pode acabar hoje (21) com negociação judicial

Após 33 dias de paralisação, serviço dos Correios pode voltar nesta segunda-feira (21) a depender de um acordo judicial. A principal motivação para a greve está relacionada a decisão do governo federal de privatizar a empresa. Atualmente, há um grande embate entre a classe trabalhadora, sua administração e o poder público para determinar como será o funcionamento daqui pra frente.

Greve dos Correios pode acabar hoje (21) com resultado da negociação judicial (Imagem: Elza Fiuza/Agência Brasil)
Greve dos Correios pode acabar hoje (21) com resultado da negociação judicial (Imagem: Elza Fiuza/Agência Brasil)

No entanto, o julgamento realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), hoje, deverá finalizar o processo.

Mediante os pronunciamentos do governo federal, especificamente do ministério da economia, sugerindo privatizar os Correios, mais de 36 sindicados que representam os 98.000 funcionários da marca aderiram a greve.

Dessa força, o serviço de entrega está travado em todo o país e não há uma previsão de retorno exceto que haja uma determinação do TST.

“Vamos começar uma vigília às 10h na segunda e à noite todos os sindicatos da categoria vão se reunir para decidir se continuamos ou não a greve” diz José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect).

De acordo com ele, a decisão de apoiar a greve tem como finalidade garantir o direito e melhores condições para todos os servidores da empresa que há anos vêm lutando por reajustes de salários e melhores gratificações.

Além disso, Gandara enxerga o apoio da administração dos correios ao processo de privatização uma ameaça ao emprego da categoria que teme as demissões para a realização de uma reforma administrativa dentro da empresa que passará a atender interesses privados.

Estamos lutando de todas as maneiras para que a desestatização não aconteça. Queremos manter o emprego dos 98.000 funcionários, que são pessoas honestas e pais de família”, diz Gandara.

Apoio ao governo

Floriano Peixoto, presidente dos correios, disse em entrevista à EXAME que “concorda plenamente com a desestatização, proposta pelo governo, e que é preciso transformar os Correios em uma empresa moderna, eficiente e que respeite o consumidor”.

A pauta de privatização vem sendo movimentada pelo ministro Paulo Guedes e deverá ser validada em 2021. Além dos Correios, sugeriu-se também a venda do Banco do Brasil.

Decisão do TST

Em meio ao clima de instabilidade, caberá ao TST resolver o caso. Há três possibilidades para o desfecho da greve. A primeira é a realização de um acordo coletivo onde ambas as partes sejam beneficiadas.

A segunda é a diminuição das cláusulas de contrato para que os trabalhadores mantenham a greve se não concordarem com as modificações. A última seria a determinação de que, mediante a crise econômica do covid, os reajustes salariais devem permanecer suspensos até segunda ordem.

“Essa é uma das maiores greves dos Correios, se não for a maior, e anunciaremos nossa decisão, de voltar ou não ao trabalho, depois da reunião do TST e da decisão da categoria sobre os próximos passos”, diz Gandara.

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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