PONTOS CHAVES
- Governo avalia manter o auxílio emergencial até dezembro
- Renda Brasil deverá dar continuidade aos pagamentos em janeiro
- Bolsonaro cria estratégia para aprovar a reforma tributária
Agenda social vira nova prioridade em Brasília. Mesmo com a reforma tributária em pauta, o governo federal permanece se articulando para que seus projetos sociais sejam amplificados. Segundo fontes administrativas, o presidente Jair Bolsonaro está estudando a possibilidade de manter o auxílio emergencial até o fim do ano. Além disso, em janeiro, deseja instaurar o Renda Brasil, programa que irá substituir o atual Bolsa Família.
Desde que assumiu a presidência da república, ainda em 2018, Jair Bolsonaro vem tentando se conectar com os brasileiros de baixa renda. Em sua época de campanha, uma das pautas mencionadas era a criação de um 13º salário para o Bolsa Família.
Agora, já ocupando o cargo de chefia estadual, vem trabalhando para amplificar o valor do auxílio emergencial e lançar um novo projeto social para este público.
E os investimentos têm dado certo, já que na mais recente pesquisa do Datafolha a população brasileira mostrou satisfação com o governo, justificado pela criação do auxílio de R$600.
Prorrogação do auxílio emergencial
Quando instaurado, o auxílio emergencial seria concedido apenas em três parcelas para poder minimizar os impactos econômicos do novo coronavírus.
No entanto, já em junho, a administração pública deu início às negociações e votações para que o benefício fosse prolongado em mais três parcelas, totalizando seis pagamentos.
Inicialmente, Jair Bolsonaro e sua equipe econômica se posicionaram contra a Câmara dos Deputados que defendia a permanência do auxílio no valor de R$ 600.
De acordo com o gestor, a decisão colocaria os cofres públicos em risco tendo em vista a atual crise fiscal. Todavia, semanas após, voltou atrás e manteve a ampliação com uma quantia de R$ 200 por mais três meses.
Agora, fontes do governo já revelam que o presidente quer prolongar o coronavoucher até o mês de dezembro. Dessa forma, poderá ganhar tempo para que o texto final da reforma tributária seja validado e assim implementar o Renda Brasil a partir de 2021.
Até o momento, as informações concedidas avaliam uma extensão com um valor entre R$ 250 e R$ 300, que deverá ser financiado com os recursos do Bolsa Família. Se aprovada, a decisão resultará em um acréscimo de cerca de R$ 12 bilhões na administração pública.
Criação do Renda Brasil
Dando andamento a sua agenda social, Bolsonaro deseja ainda implementar o Renda Brasil. Divulgado nos últimos meses, o projeto irá substituir o Bolsa Família e deseja conceder pagamentos mensais de até R$ 300 para seus segurados.
Um dos principais pontos mais defendidos por Bolsonaro para que o Renda Brasil aconteça é a liberação de trabalho. De acordo com a proposta, os beneficiados poderão receber os recursos e ainda assim atuarem profissionalmente, através do programa Carteira Verde e Amarelo.
A ideia é que suas contratações passem a valer menos para os empresários e após o período de dois anos, tendo feito um plano de carreira, estes sejam contratados e assim deixem de depender do benefício social.
Estratégia de campanha
Sobre tais propostas, cientistas políticos alegam acreditar que estas devem ser consideradas uma espécie de estratégia de campanha pró Bolsonaro.
Ciente de que irá perder votos entre a classe média, com a aprovação da reforma tributária, o gestor almeja se aproximar dos brasileiros de baixa renda através do fornecimento dos recursos citados.
Quando eleito, a região nordeste foi a única em que não aprovou sua candidatura. Entretanto, desde que começou a liberar o auxílio emergencial, seus índices de aceitação foram crescendo consideravelmente.
Dessa forma, a ideia dos projetos acima é de, antes de qualquer coisa, garantir vantagens na eleição de 2022.
Ao aprovar o Renda Brasil e finalizar o período de pandemia com o auxílio emergencial, o governo estaria livre para assim aprovar as reformas tendo assim um equilíbrio entre a perda dos eleitores de renda média alta para com aqueles menos favorecidos.