Aulas presenciais são vistas como uma ameaça no Rio Grande do Norte. Nessa quinta-feira (30), o comitê científico que está assessorando o governo estadual informou que irá se posicionar contra a retomada das atividades estudantis.
De acordo com a organização, o retorno poderá colocar em risco a vida das crianças e adolescentes, uma vez que não há soluções concretas para o controle da pandemia. A decisão será válida tanto para as escolas públicas como privadas.
Para validar a suspensão das aulas presenciais, a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT) se reuniu com demais representantes do comitê.
De acordo com ela, a decisão já vinha sido ponderada nas últimas semanas, mas foi aplicada apenas após a confirmação do prefeito de Natal, Álvaro Dias. Desse modo, a retomada prevista para o começo de agosto será cancelada.
No documento liberado pela organização, os pesquisadores consideram que o retorno das aulas neste momento deverá impactar negativamente na taxa de isolamento social.
Além de expor as crianças é preciso levar em consideração a participação de seus pais, professores e servidores dos centros de ensino.
De acordo com os estudos realizados, com as aulas suspensas a taxa de isolamento é de aproximadamente 30% em todo o estado do Rio Grande do Norte, que tem uma margem total de 40%.
“Somado ao expressivo contingente de matriculados no Ensino Básico no RN das redes estadual, municipal, federal e privada (superior a 800 mil) há de se considerar a indução a uma movimentação ainda maior de pessoas da comunidade escolar e fora dela. Por exemplo, haverá o aumento da circulação de pais e responsáveis, prestadores de serviços afins à atividade escolar como transporte público e particular, além da mobilidade de servidores docentes e demais funcionários desses estabelecimentos de ensino”, considerou o relatório.
Outro ponto importante também abordado foi o fato de que mais de 50% dos professores possuem mais de 40 anos, sendo considerados um grupo de risco e transmissão da doença.
Por fim, os pesquisadores mostraram que 17% dos lares dos alunos contam com idosos e crianças de até seis anos, também vulneráveis a infecção.