Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo não está nem próximo do que seria o ideal. Recentemente foi publicado pelo órgão que, para o sustento adequado de uma família, era preciso que o salário fosse R$ 4.595,60.
Desde o ano de 1994, a instituição costuma fazer o cálculo mensalmente e utiliza o valor da cesta básica de São Paulo como base. Isso acontece, pois a cesta paulista é a mais cara do país.
Esse valor seria o ideal para que o trabalhador brasileiro pudesse suprir as necessidades de sua família. Isso inclui: educação, saúde, vestuário, alimentação, higiene, previdência, transporte e lazer.
A cesta básica em São Paulo está na faixa de R$ 540,07 e o salário mínimo atual encontra-se em R$ 1.045. Em resumo, a alimentação no estado ocupa mais de 50% do pagamento daqueles que ganham apenas um salário. Além disso, precisamos lembrar que desse pagamento não estão inclusos os descontos da previdência.
Os economistas afirmam que alterar o salário de forma abrupta, poderia trazer um colapso econômico e com isso aumentar o desemprego.
Segundo o Dieese, a cada R$ 1 a mais no salário, o aumento das despesas dos sofre públicos chega a mais de R$ 350 milhões.
Ainda segundo o órgão, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em junho, foi de 99 horas e 36 minutos. Esse tempo ficou menor que em maio, quando ficou em 100 horas e 58 minutos.
Sem reajuste real no salário mínimo
O governo fez algumas mudanças na forma de gerir o aumento do salário mínimo. Por isso, nesse ano, o governo Bolsonaro já disse que não pretende dar aumento real para o piso. Vale lembrar que isso aconteceu antes mesmo do início da pandemia.
Com a crise que estamos vivendo, o assunto acaba ficando para depois. “Para esse ano não tem condições desta política ser implementada. Nesse momento temos de preservar emprego.”, afirmou deputado Coronel Armando (PSL-SC). O deputado tem o mesmo discurso do ministro da economia, Paulo Guedes.
Vale ressaltar que o Coronel Armando é o relator da medida provisória que definiu em R$ 1.045,00 o salário mínimo para 2020.