Mercado do turismo brasileiro segue sendo o mais afetado pela crise do novo coronavírus. Desde o mês de março, redes de hotéis, empresas de intercâmbio e demais serviços de lazer estão tendo suas portas fechadas por causa da pandemia. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cerca de 727,8 mil postos de trabalho foram perdidos no setor nacional. Acredita-se que o segmento teve um prejuízo de R$ 87,79 bilhões apenas nos últimos 3 meses.
A principal causa desses números assustadores é a necessidade do isolamento social. Com o risco de contaminação da doença, todos os estados do país precisaram paralisar ou readaptar diversas atividades, mantendo apenas aquelas que são consideradas de caráter essencial. Desse modo, o segmento do turismo ficou totalmente descoberto, tendo em vista o fechamento por completo de seus serviços.
Além disso, outro agravante foi o fechamento de fronteiras dentro e fora do Brasil. Quem estava de viagem marcada para o exterior, precisou cancelar ou prorrogar a data. Isso fez com que muitas empresas tivessem prejuízos nesse processo de reembolso.
Quem trabalha com venda de intercâmbios, por exemplo, ficou temporariamente sem produtos para ofertar. Com a pandemia ainda em andamento, os clientes seguem sem se sentir seguros para agendar viagens, mesmo que seja a longo prazo.
Entre os estados com o mercado mais afetado, estão o Rio de Janeiro (R$ 12,48 bilhões) e São Paulo (R$ 31,77 bilhões) em perda. Para essas regiões, as taxas de cancelamento foram as mais altas do país, uma vez em que ambos os estados estão entre os com o maior risco de contaminação da doença.
Mesmo com a retomada de alguns setores, o funcionamento dos hotéis ainda se mantém em processo lento e agonizante.
Apesar da reabertura de algumas unidades, uma pesquisa do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) mostrou que 60% dos estabelecimentos seguem sem funcionar. Em abril, esse número era de 69% e, na semana passada, estava em 63%.
A previsão, de acordo com o levantamento, é que as marcas voltem a reabrir as portas entre os meses de junho e julho. Acredita-se que nessa época cerca de 84,7% retomarão as atividades de turismo brasileiro dentro de um regime especial de vigilância sanitária.