O governo decidiu ampliar em dois meses o pagamento do auxílio emergencial, e agora trabalha em seu novo projeto social, batizado de Renda Brasil, que é considerado o “novo” Bolsa Família. A estratégia é amenizar os efeitos negativos ocasionados pela crise econômica no pós-pandemia.
O programa será voltado para as pessoas mais vulneráveis. A ideia foi confirmada pelo Ministro Paulo Guedes.
É provável que os benefícios pagos atualmente sejam reavaliados para abrir espaço para o novo programa, como no caso do abono salarial que é pago para quem ganha até dois salários mínimos.
Dentro do governo, os técnicos dizem que a ideia é aproveitar de forma mais eficiente os recursos que já são utilizados nas formas de transferência de renda. Todos os detalhes do novo programa estão sendo criados.
Neta semana, Paulo Guedes falou pela primeira vez em uma reunião ministerial convocada pelo presidente Jair Bolsonaro sobre o Renda Brasil.
“Por dois meses, vamos estender o auxílio emergencial. Estávamos num nível de emergência total, a R$ 600. Vamos começar agora uma aterrissagem, com unificação de vários programas sociais e o lançamento de um Renda Brasil, que o presidente vai lançar” disse.
Os técnicos do Ministério da Economia são a favor do remanejamento de recursos de programas que são considerados sem foco e que acabam destinando recursos para pessoas com rendas maiores.
Um dos principais alvos é o abono salarial que Guedes considera ineficiente desde o inicio do governo. Atualmente o benefício paga um salário mínimo (R$1.045) para quem recebe até dois salários (R$2.090), mas acaba sendo pago também para jovens de classe média que estão começando suas carreiras.
A reformulação do abono chegou a ser inclusa na proposta de reforma na Previdência, mas foi rejeitada pelo Congresso.
O auxilio emergencial que cadastrou pessoas que não constavam em registros de programas sociais, aumentou os debates sobre o novo patamar da política social.
Na reunião ministerial, Paulo disse que a finalidade é trabalhar no banco de dados do auxilio emergencial para facilitar os trabalhos do Renda Brasil. A base que foi formada com os trabalhadores informais será aproveitada a longo prazo em um outro projeto: como a Carteira Verde-Amarela, que vai reduzir encargos trabalhistas.