A pandemia causada pelo coronavírus afetou muitos setores no Brasil. Ganhando destaque o do turismo que sofreu com o fechamento de hotéis e principalmente, das áreas de lazer.
Esse é o caso do guia de turismo, Vagner Santos, que atua na Chapada Diamantina no interior da Bahia. O guia contou à reportagem do G1 que está a cerca de 75 dias sem renda.
O parque que atrai os visitantes de todas as partes do país, teve de ser fechado por conta do coronavírus. A alta temporada iria começar neste mês de junho e de julho. Além disso, os eventos tradicionais tiveram que ser cancelados na região.
“Sou guia há mais de 18 anos, faço trekking [caminhada de trilhas] do Vale do Pati, um dos mais famosos do Brasil. Somos 2.500 habitantes nessa região que vive em torno do turismo, e no momento todo mundo está se ajudando e vivendo de doações”, afirma Santos.
O guia possui dois filhos e não teve o seu auxílio emergencial de R$ 600 aprovado. Ele avalia que os passeios na Chapada Diamantina só retornarão em fevereiro do ano que vem.
Segundo a prefeitura de Mucugé, cidade referência da Chapada, em 2019 foram recebidos 120 mil turistas. Para 2020, a projeção inicial era de crescimento expressivo: a estimativa era de um total de 160 mil visitantes no ano.
As medidas visam reduzir o grau de contágio do coronavírus entre a população e assim evitar também que o sistema de saúde se sobrecarregue, mas afetaram o turismo, que é um serviço não-essencial.
O prejuízo que foi acumulado até o mês de abril é de R$ 62 bilhões, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“O momento atual do turismo brasileiro é dramático. Se a gente detalhar por setores, pode-se dizer que a hotelaria está majoritariamente fechada em todo o Brasil. Os que estão funcionando têm o nível de ocupação muito baixo”, afirma Alexandre Sampaio, diretor da CNC e presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.
A taxa de ocupação nos hotéis está entre 3% a 5% e os voos das aéreas tiveram uma queda entre 90% e 95%. Há a previsão de 300 mil desempregados no setor.
De acordo com Mariana Aldrigui Carvalho, pesquisadora da USP sobre o setor de turismo, as estimativas são de que só em 2023 o faturamento volte ao patamar que estava em dezembro do ano passado.
Mais uma preocupação para o turismo no Brasil
Além dos próprios brasileiros estarem restringidos de circular no país, devido ao isolamento social. Outro fator que deve influenciar na piora dos resultados do turismo no Brasil é a imagem que o país está mundo à fora.
Atualmente, o Brasil é o terceiro no mundo com mais casos de coronavírus. As medidas sanitárias adotadas para conter a proliferação do vírus são criticadas em todo o globo. Dificultando ainda mais as chances dos turistas retomarem o interesse na cultura brasileira.