PONTOS CHAVES
- Gestores confirmam novas parcelas do auxílio emergencial
- O pagamento poderá ocorrer ao longo dos próximos três meses
- Bolsonaro aceita a proposta, mas reduz a quantia
Auxílio emergencial tem próximas parcelas confirmadas. Nessa quinta-feira (4), o chefe de estado, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falaram a respeito da prorrogação do coronavoucher. De acordo com os gestores, o pagamento ganhará novas parcelas, que ainda precisam ser analisadas e calculadas pelo Ministério da Economia. Para poder garantir o funcionamento da medida, foram elaboradas três propostas, explicadas no texto abaixo. Confira.
A primeira opção sugerida pelos parlamentares foi o pagamento de uma quarta parcela no valor total de R$ 600. Se for aceita, marcará o fim do cronograma do auxílio emergencial, contabilizando ao todo um recebimento de R$ 2.400 por brasileiro, tendo em vista que foram liberadas 4 rodadas de saque.
Na sequência, o governo também avaliou a possibilidade de estender o benefício por mais 3 meses, reduzindo o seu valor. A ideia é que em julho, agosto e setembro, a população cadastrada tenha depósitos de R$ 200, totalizando também uma quantia de R$ 2.400 ao fim do calendário.
Por fim, até o momento considerada a proposta mais cobiçada pela equipe econômica, estuda-se o prolongamento por mais dois meses, no valor de R$ 300 cada. Em todas as sugestões, os administradores deixam claro que não há previsão de recursos acima de R$ 600, avaliando apenas a forma como essa quantia será repassada.
Filas na Caixa viram ponto de debate
Um dos principais motivos de reavaliar o prolongamento do auxílio, diz respeito ao acumulo de pessoas nas unidades da Caixa Econômica Federal, instituição bancária responsável pela liberação.
Alguns deputados defendem que os R$ 600 devem ser concedidos em uma única parcela, para evitar que a população fique em zona de risco durante a proliferação da pandemia do novo coronavírus.
Contrapartida, outros defendem que nesse momento ainda há milhares de cadastros que precisam ser avaliados pela Dataprev e que ainda não receberam nem mesmo o valor da primeira rodada. Desse modo, ao liberar a quarta parcela de uma única vez, poderá fazer com que as instituições bancárias fiquem ainda mais cheias.
Posicionamento da Câmara
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu que a prorrogação do auxílio emergencial é essencial para a classe mais vulnerável da sociedade. No entanto, reforçou que é preciso avaliar a forma como isso será feito.
De acordo com ele, o momento é de análise e busca por soluções para garantir não só verba, mas também segurança e saúde para os cadastrados. Em entrevista, Maia falou também que defende a continuidade do pagamento por mais 60 dias e que não concorda com o teto de R$ 600 determinado pela equipe econômica.
– Se dependesse dos parlamentares, do que eu estou ouvindo, você teria mais duas ou três parcelas do mesmo valor de R$ 600, mas tem o impacto. Ninguém está negando o impacto e também ninguém está negando, nem o governo, a necessidade de prorrogação do benefício – afirmou Maia.
Questionado sobre o posicionamento da Câmara e do Senado para com as decisões do governo, Maia disse que está acompanhando as propostas ciente de que é preciso de uma decisão que caiba no orçamento fiscal. No entanto, deixou claro que, se necessário, não irá descartar a possibilidade de o Congresso tomar a iniciativa para manter o auxílio.
– O Congresso pode tomar iniciativa, mas é bom que o governo tenha uma posição clara para a gente saber em que condições estamos trabalhando. A PEC da guerra abre as condições para que o governo possa realizar esses gastos, mas todos nós sabemos que o nível de endividamento do governo federal é o nosso limite.
Até o momento, conforme os dados do Tesouro Nacional, a previsão de gastos é de aproximadamente R$ 152 bilhões. Nesses primeiros meses, o auxílio emergencial já foi liberado em um lote de R$ 76,86 bilhões, para aproximadamente 50 milhões de pessoas.
Pronunciamento do presidente sobre o auxílio emergencial
Bolsonaro também se manifestou a respeito, afirmando que serão de fato liberadas novas parcelas. Quanto ao valor, o presidente não quis informar números, mas de acordo com as fontes do governo, está concordando com a proposta de duas parcelas de R$ 300.
Antes de entrar em vigor, a edição da MP do auxílio emergencial precisará passar pela aprovação do Congresso Nacional. A ideia é que o texto seja formulado e votado ainda no mês de junho.