Mercado financeiro segue em fase de instabilidade. Desde o início da contaminação do novo coronavírus, as bolsas de valores (nacionais e internacionais) e o dólar vem passando por uma sequência de reajustes negativos. No entanto, pela primeira vez, com as publicações sobre a reabertura das economias, o Ibovespa, principal indicador da bolsa, apresentou uma recuperação de 2,74% marcando 91.046 pontos. Já o dólar, encerrou a última sessão do dia com uma queda de 3,5%, sendo comercializado a R$ 5,211.
Segundo os analistas, o principal motivo das alterações é que, tanto nacionalmente quanto internacionalmente, as aplicações estão voltando a ser realizadas. Nos Estados Unidos, o Dow Jones subiu 1,05%. S&P 500 e Nasdaq registraram avanços de, respectivamente, 0,82 e 0,59%.
Eles alegam que, mesmo sendo um período ainda de riscos, o mercado acionário começou a reagir. Contrapartida, o dólar segue em situação de desvalorização, alcançando o menor patamar de seu preço desde de 8 de junho de 2018, quando houve a queda da divisa.
Além disso, os desdobramentos políticos também interferem. Nos últimos dias, o país vem vivenciando uma série de confrontos devido a morte de George Floyd, homem negro que foi assassinado por um policial em Minneapolis (EUA) e gerou uma série de protestos. Mas, nem mesmo tal cenário, ainda minimiza o otimismo das atividades econômicas.
— Também influencia positivamente nos mercados a não escalada das tensões e sanções entre China e Estados Unidos. Internamente, depois de um fim de semana mais agitado, as esferas políticas voltaram a falar de união e a tentar reduzir conflitos. Isso também contribui para um bom desempenho dos mercados — destaca Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.
Avanços na bolsa nacional
Outro setor que começou a apresentar números positivos foi a bolsa de valores brasileira. Nos últimos dias, com os anúncios de retomada dos mercados, os investidores voltaram a apostar mais na Ibovespa. Somente nessa terça-feira (03), as empresas Azul e Gol apresentaram um acréscimo de 9,12% em suas ações. Já na CVC, o valor foi elevado para 21,04%.
— Os planos de reabertura econômica não só lá fora, como aqui também, possibilitaram uma chance para que as empresas aéreas consigam ganhar cada vez mais fôlego. A retomada de voos, aos poucos, e principalmente, no eixo Rio-São Paulo, pode ser aproveitada de imediato. Nesta terça, essa percepção refletiu nas ações da Gol, que subiram mais do que a Azul. — destaca Marcio Loréga, analista da Ativa Investimentos.