Bolsonaro decreta ‘guerra’ aos governos estaduais; como isso afeta a SUA vida?

Na última live com empresários, Bolsonaro pediu que “peguem pesado” com os governadores. O chefes dos estados têm adotado as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde no combate ao coronavírus, mesmo a revelia do presidente.

Bolsonaro decreta 'guerra' aos governos estaduais; como isso afeta a SUA vida?
Bolsonaro decreta ‘guerra’ aos governos estaduais; como isso afeta a SUA vida? (Imagem: Reprodução Google)

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi de que compete aos estados e municípios decidir sobre o combate à epidemia e medidas de isolamento social.

Mesmo assim, a alternativa encontrada pelo governo foi incluir cada vez mais atividades como sendo essenciais e assim diminuir os índices de isolamento.

Serviços essenciais já incluem academias, barbearias e serviços de beleza. Alguns estabelecimentos também declaram cometer “desobediência civil” e continuar funcionando durante a quarentena.

Como a falta de direção afeta a economia e saúde pública

Enquanto os governos estaduais dão preferência às medidas de saúde, o governo federal de Jair Bolsonaro continua a defender a atividade econômica.

Porém, a falta de uma direção clara pode fazer com que nenhum dos dois posicionamentos façam efeito.

Se os governos continuarem indo em direções opostas, nenhum dos dois conseguirá nem manter os empregos nem diminuir a transmissão do coronavírus.

Mesmo com muitas cidades em lockdown, caso muitos estabelecimentos decidam continuar funcionando e expondo seus funcionários à contaminação, os casos continuarão a subir.

Da mesma maneira, os empresários de maneira isolada não conseguiriam manter a atividade econômica, já que mesmo desobedecendo à quarentena não há garantia que as pessoas continuarão comprando da mesma maneira.

Saúde e economia não são opostos

Venho defendendo nesta coluna desde o início que os dois assuntos não são inimigos. Não são as medidas de isolamento que afetam os comércio e sim a epidemia.

As medidas de isolamento também são eficazes para que mais rápido se controle a transmissão e a atividade econômica possa ser retomada com mais força.

Mas infelizmente não é isso que estamos vendo. Com o relaxamento do isolamento social, o contágio tem ganhado muita força e o problema que já podia estar sendo controlado, fica cada vez maior.

Se tomarmos os exemplo do estado com mais casos de Covid, São Paulo, veremos que mesmo com várias medidas de isolamento, os índices de isolamento verificados na prática atingiram um pico no final de março.

De alguma maneira as medidas não estão surtindo o mesmo efeito na população e alguns especialista apontam que o estado ainda não passou pelo pico da doença.

Precisamos tomar uma posição

O mais importante em situações como esta é o tempo. Brigas internas e crises políticas entre Bolsonaro e governadores estaduais estão tomando um tempo precioso no combate ao que realmente importa.

Quanto mais tempo levarmos para intensificar as medidas de controle, mais difícil será controlar o vírus e retomar a atividade econômica.

Muitas cidades já estão tendo que tomar medidas mais acentuadas como o lockdown e caso os índices de isolamento continuem baixos parece que essa medida ainda será tomada em vários lugares diferentes.

Como a disputa afeta a população

Infelizmente vários estados já apresentam o número muito elevado de leitos ocupados. Na prática isso significa que a população pode ficar sem acesso ao tratamento em algumas áreas.

Há alguns dias mostrei como a distribuição de leitos hospitalares é extremamente desigual no nosso país, por isso o isolamento é tão importante.

Sabemos que o isolamento pode trazer prejuízos a muitos lojistas e comerciantes, mas garantir a diminuição de casos não é mais só um ato de cidadania.

Precisamos lutar para manter o número de casos dentro do que a nossa rede de saúde suporta. Só assim garantiremos que todos terão o direito ao tratamento garantido.

Essa é a parte mais séria da defesa das medidas de isolamento. Precisamos nos esforçar para que os médicos brasileiros não precisem escolher quais pessoas receberão tratamento, como tiveram que escolher os médicos italianos.

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