Contas de luz: número de inadimplentes sobe e alcança número impressionante

Crise do coronavírus apresenta um risco para as empresas de energia. Nessa terça-feira (5), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que o número de inadimplência nas contas de luz atingiu a marca de 12%, nos últimos 30 dias. Segundo ele, o mercado já registou uma perda de mais de R$ 1,8 bilhões, levando em consideração apenas o primeiro mês da pandemia.  

Conta de luz: número de inadimplentes sobe e alcança número impressionante (Imagem: Reprodução - Google)
Contas de luz: número de inadimplentes sobe e alcança número impressionante (Imagem: Reprodução – Google)

Um dos principais motivos para o crescimento dessa estatística está relacionado a medida provisória na qual permite que os cidadãos fiquem, pelos próximos três meses, com as contas suspensas.

A MP, validada pelo presidente Jair Bolsonaro, proíbe as distribuidoras de cortar a energia da população, mesmo que os valores estejam em atraso.  

Desde então, o número de pagamentos vem diminuindo gradativamente. Para evitar a crise e estimular a prestação de contas, há regiões que estão oferecendo programas de pontos e descontos. No entanto, ainda assim os reajustes não são o suficiente para fazer com que os moradores quitem seus débitos.  

Conforme o calendário publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a proibição do corte se manterá até o fim de junho e estará sujeita a prorrogação a depender do controle da pandemia.  

Efeitos da inadimplência das contas de luz 

Mediante a esse cenário, o governo federal vem elaborando uma proposta que tem como finalidade conceder empréstimo às empresas de energia. No dia 8 de abril, Bolsonaro enviou uma MP (número 950) solicitando a abertura desse caminho de crédito.  

Sua proposta funcionará como uma espécie de antecipação para as marcas, utilizada para suprir os valores não pagos nas contas de luz pelos cidadãos.

Posteriormente, a quantia será devolvida. No que diz respeito aos valores aprovados, taxações de juros e validade, o governo informou que está fechando a pauta e deverá anunciar em breve.  

Criação de fundos setoriais  

Outra proposta, informada por Bento Albuquerque, durante videoconferência da Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib), é a chance de arrecadar recursos de fundos setoriais.

Para isso, segundo o representante, o governo iria redistribuir valores destinados a pesquisas e ações de eficiência energética, de modo que pudesse auxiliar as marcas durante a crise. 

“Para que a gente não venha onerar ainda mais o setor. Esses recursos seriam utilizados de forma racional para que a gente possa fazer frente à operação de crédito junto aos bancos”, disse. 

 

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.