O parque Hopi Hari, localizado em Vinhedo (SP), está esperando uma assembléia de credores para votar uma nova versão do plano de recuperação judicial. O parque diz que aplicou um “mix de ações” para evitar demissões no período de pandemia do novo coronavírus, incluindo duas medidas provisórias (MPs) publicadas pela União.
Mesmo com a dificuldade financeira ampliada pela falta de receitas desde o fechamento que foi imposto pela quarentena no Estado, o parque decidiu oferecer ingresso gratuitos para os profissionais da saúde que estão atuando na linha de frente contra a Covid-19, como uma forma de agradecimento. Isso fez com que já atraísse cerca de 50 mil cadastros.
O presidente do Hopi Hari, Alexandre Rodrigues, deu uma entrevista ao G1 e afirmou que os quase 700 colaboradores estão mantidos.
De acordo com ele, o estabelecimento criou um planejamento financeiro que considerou as MPs 927 e 936, que respectivamente tratam de flexibilização de normas trabalhistas e a suspensão de contratos de trabalho ou a redução salarial e de jornada para reduzir a folha de pagamento.
Ocorreram também, a suspensão de contratos, nas quais foram concedidas férias e o uso do banco de horas.
“Vamos ter de remar todo o caminho percorrido de novo”, explica o presidente.
Ele menciona ainda que o parque foi “severamente afetado” pela falta de visitantes, isso, pois o momento era de recuperação, após a crise que já vinha enfrentando e planejamento para crescimento.
O presidente não revelou o valor do prejuízo, mas lembrou que o segundo maior evento do parque de diversões estava programado para março.
Recuperação Judicial do Hopi Hari
No ano de 2019, o parque contabilizou uma alta de visitantes e de suas receitas, mas mesmo assim, as operações terminaram com um saldo negativo estimado em R$6 milhões. Esse balanço foi divulgado no mês de fevereiro.
O Parque ainda depende de uma assembléia de credores para aprovar um aditivo ao plano de recuperação judicial, que contempla os maiores credores.
A dívida é estimada pelo parque na faixa de R$300 milhões e a maior parcela da dívida deve ser paga ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Em abril de 2019, um plano chegou a ser aprovado, mas depois foi contestado pela Justiça.
De acordo com Rodrigues, os efeitos da pandemia do novo coronavírus não geraram reflexos neste plano.