Crise do coronavírus amplifica o número de solicitações do seguro desemprego. Nessa terça-feira (28), o governo federal informou que foram registrados mais de 866.735 pedidos do benefício. De acordo com os dados oficiais, o número representa 150 mil processos a mais do que o ano passado, comparando uma crise trabalhista gerada pela pandemia. Segundo o poder público, apesar das medidas de contenção do covid-19, a taxa de desemprego apresentará uma das maiores altas da década.
Além dos números já contabilizados, há uma estimativa de que cerca de 200 mil trabalhadores ainda não deram entrada em seus processos de solicitação do seguro. Se os dados se confirmarem, serão cerca de meio milhão de pessoas exoneradas apenas entre o início de março e a primeira quinzena de abril.
Desde o início da pandemia, registrada no mês de março, esse é o primeiro balanço realizado para calcular os estragos no mercado trabalhista.
Ainda de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o país deve se manter em quarentena, levando em consideração que já foram registradas mais de 5 mil mortes.
Até que sejam reduzidos os números de infectados, o isolamento social deverá se manter, o que amplificará a quantidade de demissões.
Ações de contenção da crise
Desde que a pandemia teve início, o governo federal precisou formular um pacote emergencial que tem como finalidade minimizar os efeitos da crise. Além de medidas para estimular a economia, foram anunciadas uma série de ações para poder assegurar o trabalhador.
Para isso, a secretaria do trabalho e o ministério da economia vêm flexibilizando as normas trabalhistas. Entre os pontos que já estão em funcionamento, os empregadores ganharam a oportunidade de liberar seus servidores para serviços home office (em casa).
Além disso, uma das principais determinações permite que sejam feitas negociações entre o empregador e o funcionário para que os salários sejam reduzidos em até 70% ou os contratos sejam suspensos temporariamente.
Nesse caso, o governo federal ficará encarregado de custear as despesas, como uma forma de seguro desemprego emergencial, durante o período de três meses.
Para as suspensões, o repasse do valor será equivalente a quantia total registrada no contrato. Já para as reduções, o ministério da economia desembolsará a quantia que foi cortada, também dentro do prazo de 90 dias.