Auxílio: Partido vai à Justiça para mudar regra de inscrição

Poder público volta a discutir sobre a obrigatoriedade do CPF regular para a liberação do auxílio emergencial. Novamente, a exigência de ter o nome em dia com a Receita Federal para poder ter acesso aos R$ 600 do coronavoucher vira pauta na justiça. Nessa semana, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), enviou uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para cancelar a necessidade de comprovar a documentação. De acordo com os parlamentares, trata-se de uma exclusão da categoria mais pobre.  

Partido político entra na Justiça para mudar regra de inscrição no auxílio emergencial (Imagem: Reprodução - Google)
Partido político entra na Justiça para mudar regra de inscrição no auxílio emergencial (Imagem: Reprodução – Google)

Essa pauta vem sendo debatida desde que o auxílio começou a ser pago, no dia 9 de abril. De acordo com o texto validado pelo presidente Jair Bolsonaro, para poder ter acesso ao benefício os brasileiros precisam estar com seus CPFs regularizados com a Receita.  

Violação da lei 

No entanto, o PCdoB questiona a exigência, afirmando que ela viola a Lei 13.982, de 2 de abril de 2020, na qual trata da situação de vulnerabilidade social e assistência para o período da crise.

No seu texto, não há nenhuma explicitação sobre a comprovação do CPF, questiona o partido, dizendo que essa medida fará com que mais de 46 milhões de pessoas deixem de ser contempladas.  

“É bem simples, se a Lei não restringiu o recebimento do auxílio emergencial à regularização do CPF, não pode o decreto, exigir do administrado, aquilo que a Lei não previu”, escreveu o PCdoB. 

O partido defende que a criação do decreto indica um sistema de segregação na liberação do pagamento, “além de caracterizar abuso do poder-dever regulamentador, atingirá, frontalmente, o princípio da dignidade da pessoa humana, além de prever uma inédita causa de inelegibilidade, tornando-se, portanto, suscetível ao controle de constitucionalidade exercido pelo STF”. 

Solicitações anteriores sobre as regras do auxílio emergencial

A revisão da proposta também foi solicitada anteriormente, por meio de uma ação apresentada pelo governo do Pará.

Os parlamentares do estado enviaram um pedido ao poder judiciário pedindo que a regularização do CPF fosse derrubada. A medida foi acatada pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) que suspendeu a exigência.  

No entanto, no último dia 20, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao processo e a obrigação voltou a ser estabelecida. De acordo com o governo federal, manter o CPF como ponto de análise para a aprovação dos benefícios é a principal forma para evitar fraudes.  

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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