Novos números marcam a história da cotação do dólar. Nessa quinta-feira (23), a moeda americana registrou um novo recorde, sendo cotada por R$ 5,50. Trata-se do maior número já alcançado em todo o mercado e, segundo especialistas, deverá aumentar ainda nos próximos dias. Nesse balanço, o motivo da valorização referente ao real brasileiro, está associada a decisão de cortes na taxa básica de juros, a Selic.
Recentemente, o governo federal decidiu reduzir o número das taxações de juros, devido à crise gerada pelo covid-19. Para a população e para o mercado nacional é uma boa oportunidade, tendo em vista o barateamento de produtos e serviços.
No entanto, para o cenário internacional, a decisão implica na desvalorização do mercado brasileiro, fazendo com que o dólar ganhe ainda mais poder.
Mediante a esse cenário, investidores estão fechando suas negociações com o mercado nacional. O dólar comercial contabilizou um crescimento de 1,89% e encerrou cotado a R$ 5,409 na quarta-feira (22).
No mesmo dia, o valor máximo da moeda ficou em R$ 5,410, renovando também o recorde intradiário. Quanto ao dólar turismo, o avanço foi de 0,5%, a R$ 5,63.
Já na manhã desta quinta-feira, a moeda americana iniciou o dia valendo R$5,46. A tarde, horário próximo às 16h, o valor do câmbio chegou a R$5,50.
Interferências da SELIC
De acordo com Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, o mercado precisa se preparar para novos reajustes.
Ele afirma que, as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no que diz respeito as reduções da Selic, deverá impactar o mercado financeiro nos próximos dias.
“Não estão mais descartando a possibilidade do ciclo de cortes continuar. A redução dos juros parece estar mais palpável”, comentou.
Impactos do petróleo no dólar
Outro fator que contribui para esse cenário é a crise do petróleo. Nas últimas semanas, o produto vem registrando baixas gradativas em seus valores de comercialização, perdendo cerca de 2% de seu poder cambial em relação ao dólar.
Nessa quarta-feira (22), o combustível WTI estava sendo comercializado com um acréscimo de quase 20% em comparação com o petróleo brent (ministrado pela Petrobras) que só avançou 6%.