Depósitos na poupança sobem em março e chegam a nível recorde

Em meio as incertezas causadas pelo coronavírus, no mês de março aconteceu o maior ingresso líquido de recursos na poupança desde o inicio da série histórica do Banco Central no ano de 1995. Março de 2020 ultrapassou o último recorde alcançado em 2013. Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$12,168 bilhões.

Depósitos na poupança sobem em março em chegam a nível recorde
Depósitos na poupança sobem em março em chegam a nível recorde (Foto: Google)

Em 2013, a entrada de recursos no mês de março foi de mais de R$5,96 bilhões. Neste gráfico é possível observar com mais detalhes a captação da poupança nos meses de março.

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Fonte: Banco Central

Relação da Bolsa de valores e o coronavírus.

Esta grande entrada de dinheiro nas cadernetas de poupança aconteceu em um mês complicado, onde ocorreram intensas quedas na renda variável. O índice da bolsa de valores brasileira B3, registrou o pior desempenho mensal dos últimos 20 anos. Efeitos negativos causados pelo avanço do coronavirus.

Na segunda metade do mês de março, quando o isolamento social e o fechamento do comércio e serviços foi decretado, foi o momento de maior entrada de recursos na poupança.

Para tentar minimizar os estragos econômicos, o governo lançou várias medidas com intuito de injetar dinheiro na economia, como por exemplo, a antecipação do décimo terceiro para aposentados e pensionistas. O governo estima que essas medidas começam a fazer efeito na economia a partir desse mês.

Nos três primeiros meses de 2020, ainda de acordo com informações do Banco Central, R$ 3,758 bilhões saíram da poupança (saques menos depósitos). O valor ficou acima dos R$ 13,400 bilhões retirados no mesmo período de 2019.

Rendimento da poupança

Os investimentos em renda fixa como a caderneta de poupança, fundos de investimentos, CDBs, e Tesouro direto, passaram a ter rendimento menor devido a queda dos juros da economia para 3,75% ao ano.

E acordo com a norma vigente, sempre que a Taxa Selic atingir um índice menor que 8,5% ao ano, há um corte da poupança. Sempre que isso acontecer, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial calculada pelo Banco Central.

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Neste momento a taxa Selic está em 3,75% ao ano. Com isso, a remuneração da poupança está hoje em 2,625% ao ano, mais a taxa referencial.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.