Neste domingo (5), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o governo deve antecipar o Plano Safra neste ano para ajuda os agricultores brasileiros que tomam esses recursos, em meio a temores com menor oferta de crédito para a futura safra devido ao cenário econômico que se encontra complicado por conta do coronavírus.
O plano Safra foi criado pelo governo federal no ano de 2003 e garante o crédito necessário para o agricultor investir e custear a produção.
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O plano é lançado anualmente, com vigência de julho a junho do ano seguinte, que é o período escolhido estrategicamente pelo calendário da safra agrícola brasileira.
Ele é a principal fonte de incentivo ao produtor rural brasileiro e reúne um conjunto de políticas públicas que abrangem os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, crédito, seguro da produção, garantia de preços, comercialização e organização econômica das famílias residentes no campo.
Apesar dessa antecipação a ministra ponderou que o programa governamental de financiamento aos agricultores brasileiros, familiares e empresariais não é suficiente para atender às necessidades do setor e que irá se reunir nesta semana com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para a discutir sobre a situação.
“O plano safra nós estamos pensando inclusive em tentar antecipá-lo, para dar um norte, para dar um horizonte para aqueles que tomam esse recurso. Mas a gente sabe que ele é 40% só do que se precisa para tocar uma safra do tamanho da safra brasileira, para que essa engrenagem toda trabalhe. Então, realmente esse é o assunto número 1 das minhas preocupações e da minha gestão”, disse Tereza Cristina.
Essa declaração foi feita durante uma videoconferência transmitida na internet com representantes do setor do agronegócio e conduzida pelo agrônomo Xico Graziano, professor de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apesar disso, a preocupação ocorre mesmo que o Senado tenha aprovado no mês passado, a chamada MP do Agro, que foi editada para modernizar o financiamento rural.
A medida que é defendida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ainda depende de sanção presidencial.
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O pronunciamento da ministra veio após o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi ter afirmado, durante a videoconferência, ver “dificuldade de ter os volumes de recursos necessários para que no ano que vem nós possamos ter essa super safra”.