FGTS liberado aos trabalhadores na crise não será automático

Apesar dos rumores afirmando que os brasileiros terão direito a saques de até R$ 6 mil em um novo FGTS liberado. Especialistas em direito do trabalho afirmam que a alegação é falsa e não ocorrerá conforme circula na mídia. Segundo a própria legislação em vigor atualmente, o benefício só ficará disponível em decreto de calamidade pública ocasionados por desastres naturais, não incluindo a pandemia na aceitação do pagamento.

Novo FGTS não será liberado automaticamente aos trabalhadores (Imagem: Reprodução - Google)
FGTS liberado aos trabalhadores não será automático (Imagem: Reprodução – Google)

Cientes da situação, a equipe de reportagem do UOL foi questionar a Caixa Econômica Federal sobre quem teria acesso ao pagamento.

A instituição respondeu que o valor, de fato, só pode ser ofertado em caso de situações como enchentes, incêndios, entre outros fatores relacionados a natureza, e que a atual pandemia do Covid-19 não está inclusa no texto da proposta.

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Isso significa que, mesmo aqueles infectados ou que perderam seus trabalhos por causa da doença, não poderão ter acesso ao suposto novo benefício, tendo em vista que este não é assegurado por lei.

FGTS liberado na crise do Covid-19

Apesar da Organização Mundial de Saúde ter decretado estado de calamidade pública, o decreto ainda não é válido para a liberação do FGTS. Isso só poderia acontecer se o atual presidente, Jair Bolsonaro, modificasse o texto e incluísse casos de pandemia para a aprovação do pagamento.

Atualmente, exceto pela modalidade imediata e aniversário, quando for relacionado a pagamentos emergenciais, o FGTS só libera recursos em casos de calamidade pública justificadas por:

“Não há previsão legal para saque do FGTS pela motivação utilizada para decretação de calamidade pública federal”, afirmou a Caixa na reportagem.

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Modificações na lei

Mediante a situação, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues afirmou que sua equipe está estruturando formas para que permita os novos saques.

Ele alega que, em parceria com o ministro da economia, Paulo Guedes, está examinando as possibilidades que beneficiem a população e colaborem com a movimentação econômica durante o período de crise.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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