Por conta da pandemia do coronavírus, os salários e as jornadas de diversos trabalhadores estão sendo cortadas. A medida foi tomada para que durante a crise do coronavírus, os empregadores não tenham que demitir os seus funcionários.
De acordo com o professor sênior da Faculdade de Economia da USP, Hélio Zylberstein, a redução do salário será proporcional à jornada de trabalho, quando há negociação coletiva.
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Apesar da reforma trabalhista, prevalece o acordo que tenha sido fechado entre empregador e empregados. Para o especialista, essa é a melhor medida nessa situação.
A expectativa é que essa medida seja de curto prazo, bem menor que a crise financeira global ocorrida no ano de 2008.
Em entrevista ao Jornal o Globo, o professor disse que o trabalhador precisa ver o lado bom disso. “É melhor ter emprego com salário menor, do que ficar sem emprego. Nesta crise a palavra mágica é a manutenção do emprego. Este é um valor que está acima de tudo neste momento”.
A crise do coronavírus já fez com que sindicatos, patrões e empregados, assinem acordos coletivos para evitar demissões, o principal acordo é a redução da jornada de trabalho.
Zylberstein, aponta que outras medidas que ainda podem ser tomadas evitam a demissão, como negociação de férias coletivas e a utilização do banco de horas.
Para o governo, manter essas vagas de emprego evita que os trabalhadores recorram ao seguro-desemprego.
O professor lembra que a redução de salários foi utilizada como recurso pelo governo Lula durante a crise de 2008, com uma modificação da CLT, que dava permissão que os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) completassem o percentual da redução salarial, evitando que houvesse uma queda de renda dos trabalhadores.
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O ex-ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, afirma que é melhor o trabalhador receber menos do que não receber nada. Além disso, apontou que essa possibilidade de redução no salário está prevista na Lei federal 4.923, de 1965, que permite diminuir o salário em casos de situação grave para as empresas.