O coronavírus está alterando a rotina de todos os cidadão brasileiros, e estrangeiros. Com as recomendações de se permanecer em casa, viagens estão sendo canceladas ou remarcadas. Tais problemas estão afetando e muito o setor aéreo, o que desencadeou uma verdadeira crise nos aeroportos do país.
Dyogo Oliveira, presidente da Associação Nacional das Empresas Administradoras de aeroportos (ANAC) falou sobre este difícil momento em entrevista ao G1.
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“Essa é, com certeza, a crise mais grave da história do transporte aéreo. Nem mesmo no 11 de setembro nós tivemos um impacto tão grande em tantos países”, falou o Dyogo.
Ele diz que ainda não é possível dimensionar os efeitos no Brasil, já que por enquanto não existe uma medida de restrição fixa imposta pelo governo.
As recomendações mudam a cada dia. Porém, a estimativa é de que o movimento tenha caído 20% na última semana. Dyogo acredita que a queda ainda irá crescer nos próximos dias.
A Aneaa reúne as empresas que administram os aeroportos brasileiros que foram dados à iniciativa privada. Entre eles, estão os aeroportos de Brasília (DF), Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Confins (MG).
Na soma do movimento de cada um, estes aeroportos representam 70% de todo o fluxo de passageiros do setor aéreo no país, de acordo com informações da associação.
Por conta da suspensão de viagens para a Europa e Estados Unidos na ultima semana, a companhia American Airlines cortou 75% dos voos, o que incluiu todos os programados para o Brasil.
As companhias aéreas brasileiras também estão sentido a crise dos aeroportos, e começam a ajustar a oferta frente à queda na demanda de serviços.
Dyogo também se preocupa para um possível risco sistêmico em toda a cadeia de aviação.
“A parte mais visível do sistema é a companhia aérea, porque é ali que a população se relaciona com o setor. Entretanto, por trás desse primeiro elo, há todo um conjunto se serviços, de operações, que serão igualmente impactados. A própria administração do aeroporto é um elo que vai ser diretamente impactado. E aí, na sequência, você tem lojistas, prestadores de serviços, empresas de catering e assim por diante”.
Diante dos problemas e preocupações, o setor aéreo está em negociações com o governo. Eles esperam um pacote de medidas que possam ajudar neste momento difícil.
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Segundo o presidente da ANAC a conversa com o governo brasileiro é sobre duas propostas. A primeira tem haver com o alívio nas contas a serem pagos pela categoria nos próximos três meses.
E a outra, tem relação com um possível empréstimo dos bancos públicos para que possa abastecer o caixa das empresas, e alimentar o capital de giro das mesmas.