Mercado crediário brasileiro receberá projetos de fomento. Nessa terça-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reuniu com uma equipe de parlamentares e empresários para estruturar uma medida provisória que tem como objetivo incentivar o setor de cooperativas de crédito. O texto, de autoria do deputado Arnaldo Jardim, ainda está sendo estruturado e deverá ser lançado nas próximas semanas.
Durante sua fala, Campos defendeu que a ação resultará em melhorias para o segmento. Segundo ele, com as propostas, o mercado poderá se tornar ainda mais competitivo e movimentar maiores recursos.
“Especificamente em relação à participação das cooperativas no crédito, enquanto objetivamos elevá-la dos 8% registrados em 2018, para 20% em 2022, outros países já têm atualmente percentual mais elevado. A Alemanha tem 20%; a Holanda tem 39% e a França, 60%”, defendeu.
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A pauta já vem sendo debatida entre as reuniões do Banco Central desde o ano passado, levando em consideração o desejo da instituição de modernizar o sistema financeiro nacional. Entre as sugestões, o documento propõe mudanças de gestão e governança no Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) e no Banco Central.
Após a reunião com os parlamentares, Campos Neto encontrou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para entregar o texto da proposta.
Arnaldo Jardim, delator, esteve presente e garantiu que irá buscar por apoio dos demais colegas de banca para que a tramitação do projeto ocorra da forma mais rápido possível.
— Ele (Rodrigo Maia) considera o assunto estratégico para fomentar o cooperativismo de crédito e que o processo de construção foi muito equilibrado. Isso facilita muito a convergência. Há anuência do Executivo, há a nossa construção do legislativo e o segmento todo apoia – explicou o deputado.
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Para defender seu projeto, Arnaldo relembrou que há mais de 11 anos o Senado tenta instaurar ações de fomento para as cooperativas de crédito, mas que até então nenhuma proposta se enquadrou nos interesses políticos.
— Todas as medidas vão no sentido de reforçar a transparência, as regras de governança e qualificar as cooperativas para ter um papel crescente — afirmou o deputado.
Segundo o parlamentar, se aprovado, o texto proporcionará melhoras não só para o setor econômico, como para a população que passará a ter um maior poder de compra e venda, além de diminuir a burocratização nos bancos.