Com os índices surpreendentes envolvendo as liberações do benefício do Bolsa Família para as famílias da região Nordeste, representando apenas 3% de um total distribuído para todo o pais no mês de janeiro, senadores pedem esclarecimentos.
A decisão foi feita pela bancada de senadores do Partido dos Trabalhadores, o PT, no qual solicitaram ao Tribunal de Contas da União uma auditoria no processo de concessão no mês de janeiro.
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Isto porque as regiões Sul e Sudeste somaram 75% dos benefícios liberados no primeiro mês do ano, procovando assim uma priorização. Os números apontam que na região Nordeste apenas 3.035 famílias foram liberadas, o que representa quase dez vezes menos. Além da disparidade regional, o número de famílias no Cadastro Único sem o Bolsa Família chegou a 3,5 milhões em dezembro de 2019.
Ainda com o intuito de prestar esclarecimentos sobre os dados, o deputado Ivan Valendte do PSOL, com o apoio de seu partido, irá solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para realizar a investigação das concessões do Bolsa Família.
O deputado destacou que irá solicitar o procedimento de forma ampla sobre toda a execução do programa. Além disto será necessário que realize a coleta de 171 para a abertura da CPI.
O Ministério da Cidadania, responsável pela pasta, não detalhou os critérios utilizados para a incluir novos inscritos das regiões no programa. Em nota enviado ao GLOBO, destacam que a inclusão de famílias “depende da emancipação, procedimentos rotineiros de averiguação e revisões cadastrais, fiscalização, desligamentos voluntários, e, claro, disponibilidade orçamentária”.
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Fazendo uma análise das concessões no mês de janeiro, o governo federal tem priorizado a região Sul, logo em seguida a região Centro-Oeste somando 6,4% das famílias atendidas. Em seguida, vem o Sudeste totalizando 3,5% dos cadastrados beneficiados.
Já o Norte teve atendimento de 6.857 famílias, representando 1,61% das 425 mil cadastradas. E, por último, Nordeste contou com apenas 3.035 benefícios autorizados a fazer parte do Bolsa Família, o equivalente a 0,23% da demanda.