Liberação de recursos do Bolsa Família apresenta uma desigualdade entre as regiões brasileiras. Nessa semana, o portal do Estadão publicou um balanço com as estatísticas gerais de pagamentos do programa social. Segundo os dados apurados com o próprio Ministério da Cidadania, a região Nordeste recebeu apenas 3% de recursos, enquanto o Sul e o Sudeste foram contemplados com 75%.
Os dados são referentes as liberações do mês de janeiro e comprovam uma desigualdade na distribuição de renda ao longo de todo o território nacional. É válido ressaltar que 36% das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza estão entre os estados nordestinos, como a Bahia, Paraíba e Pernambuco.
A região, considerada a terceira maior em questões territoriais, sempre apresentou os maiores índices de recebimento do Bolsa Família. No entanto, desde 2019, os números vem caindo consideravelmente, preocupando os cadastrados que dependem dos valores para sobreviver.
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Somente em Santa Catarina, estado oito vezes menor do que toda a extensão territorial nordestina, os recursos liberados foram o dobro. Segundo especialistas, o motivo da discrepância está relacionado a questões políticas, um vez em que o estado é governado por Carlos Moisés (PSL), aliado do atual presidente, Jair Bolsonaro.
Já no nordeste, o governo em gestão representa sua oposição e também foi a única região nacional que não o elegeu durante as votações presidenciais.
Durante o segundo turno, na disputa entre Fernando Haddah e Bolsonaro, o petista recebeu 69,7% dos votos válidos do povo nordestino, deixando o PSL com apenas 30,3%. Entretanto, nas demais regiões, o atual presidente foi vencedor. No Sul, sua votação ficou fixada em 68,3%, contra os 31,7% de Haddad.
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Sobre o Bolsa Família:
Trata-se do principal projeto social do governo federal, criado em 2003, sob o governo do até então presidente Lula. Ele tem como objetivo garantir o direito à moradia, saúde, educação e alimentação para os brasileiros que encontram-se em situação de pobreza e extrema pobreza.
O valor dos auxílios varia de acordo com a situação da família, levando em consideração a quantidade de filhos, faixa etária das crianças, existência de mulheres grávidas ou lactantes e mais. Para poder ser um beneficiado, é preciso criar um registro no Cadastro Único e passar pelas normas de aprovação exigidas pelo Ministério da Cidadania.