Após o governo federal romper suas relações com Cuba, a participação dos médicos cubanos diminuiu drasticamente em todo o território nacional. Inicialmente, quando o projeto Mais Médicos foi instaurado, haviam milhares de especialistas atuando nos centros de saúde estaduais e municipais. No entanto, com a entrada do presidente Jair Bolsonaro, o governo estrangeiro cortou relações e atualmente só há 10 médicos em ofício.

Atualmente, o Mais Médicos conta com a maioria dos profissionais vindos da Venezuela, somando cerca de 91 especialistas. Os dados, obtidos pelo Ministério da Saúde, foram divulgados através do site Fique Sabendo, que deu entrada em um recurso de liberação por meio da Lei de Acesso à Informação.
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A reportagem, inicialmente vinculada pelo portal Globo, contou com uma resposta do poder público que alegou que os cubanos ainda residentes no Brasil só foram aceitos por meio de um acordo judicial.
Já os demais, como os venezuelanos, estão registrados através do processo de inscrição individual.
Problemas com a gestão
A ação com os médicos cubanos foi desenvolvida durante o governo da então presidente, Dilma Rousseff. Após sua saída e entrada de Michel Temer, o projeto começou a sofrer interferências e ter redução no número de profissionais aceitos.
Foi no fim de 2019, com a aprovação da candidatura de Jair Bolsonaro, que o governo cubano se manifestou alegando que a gestão do presidenciável significava uma ameaça para a categoria.
“Com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, declarou e reiterou que modificará os termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e o que foi acordado com Cuba”, informou o ministério da saúde de Cuba.
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Mais médicos
Lançado em julho de 2013, tinha como objetivo auxiliar na saúde nacional por meio da contratação de médicos estrangeiros. Os profissionais atuavam nas unidades de saúde públicas, fornecendo atendimentos básicos e especializados para os usuários do SUS.
Inicialmente, foram contratados mais de 15 mil especialistas, espalhados pelos municípios carentes e periféricos do país. Em 2017, chegou a ter mais de 18 mil contratações, atendendo há pelo menos 63 milhões de pessoas em 4.048 municípios.