Fila do INSS muda vida financeira de deficientes e idosos

A fila do INSS vem afetando a vida de milhares de brasileiros. Com os benefícios travados desde o segundo semestre de 2019, a parte mais carente da sociedade tem enfrentado dificuldades para manter direitos básicos, como alimentação e saúde. Uma reportagem especial da BBC News Brasil, mostrou o caso de mães e filhos que estão esperando pelos recursos há quase um ano.

Fila do INSS muda vida financeira de deficientes e idosos (Foto: Reprodução - BBC)
Fila do INSS muda vida financeira de deficientes e idosos (Foto: Reprodução – BBC)

Jéssica Paula Lima, de 26 anos, é residente da cidade do Recife e mãe de Brenda de 1 ano e 5 meses. Durante a reportagem, a pernambucana contou que sua filha está sob ameaça de vida, talvez precisando ingerir uma sonda gástrica, pois encontra-se abaixo do peso por não ter comida em casa.

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Há cerca de um ano, Jessica deu entrada no Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma vez em que sua filha e portadora do vírus Zika. No entanto, até hoje não recebeu uma resposta do INSS e nem ao menos passou pela perícia.

Segundo ela, toda a sua documentação já foi entregue e não há mais motivos para que o auxílio não seja liberado, já que ela atende todas as exigências para ser uma contemplada.

Brenda, portadora de microcefalia, vem sobrevivendo com a ajuda de outras mães, que também encontram-se na mesma situação e formaram uma rede de apoio. Entre os cuidados necessários, é preciso acompanhamento médico regular, alimentação equilibrada e despesas com remédios e tratamentos.

Durante a entrevista, sua mãe explica que é preciso de fraudas, leite especial, suplemento alimentar e mais uma série de necessidades.

Ela conta também que vem tentando conseguir medicações contra convulsões, mas que foi informada, no posto de saúde do Sistema Único, que não há mais nada em estoque.

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“Às vezes quando tem verdura ou qualquer outra coisa eu cozinho e bato no liquidificador e dou para ela. Verdura, suco, qualquer coisa que tem ela toma, só na mamadeira. Porque ela está com [disfagia dificuldade de engolir], e não está aceitando nada na colherzinha, nem papinha mais grossa, ela engasga e vomita”, relatou.

É válido ressaltar que o caso de Jéssica é só mais um entre milhares. Há uma série de queixas de aposentados, que também não apresentam mais condições físicas de trabalharem, que não obtém resposta e estão presos na fila do INSS para a liberação de seus benefícios.

Mediante a atual crise, cabe a este buscar por ajudas externas e esperar um posicionamento do instituto para regularizar a situação.

Por enquanto, a aprovação dos auxílios segue sem prazo de aceitação, mesmo sob a realização de ações de força-tarefa para conter o número nas filas de espera.

De acordo com o presidente do INSS, Leonardo Rolim, a expectativa é que tudo seja normalizado em meados de outubro de 2020. Ele não garantiu entrega imediata, mas disse que até esse prazo a fila do INSS não deve passar de 20 a 25 dias esperando por resposta.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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