A Caixa Econômica Federal lançou nesta quinta-feira (20), a sua nova linha de financiamento imobiliário prefixado. Na prática, isso significa que no momento de contratar o crédito o cliente saberá quanto vai pagar do início ao fim do contrato, sem ameaça por oscilação na economia e taxas de juros. Saiba aqui se esse novo modelo imobiliário vale a pena.
Essa linha será um pouco mais cara do que o financiamento tradicional pela Taxa Referencial (TR), os juros cobrados serão entre 8% a 9% ao ano. Porém a taxa contratada deve ficar travada até o fim do financiamento, sem oscilação de indicadores.
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No exterior, o crédito imobiliário prefixado costuma ter uma taxa flutuante que pode ser revisada a cada 3 ou 5 anos. Já na Caixa, a revisão periódica deve ficar de fora para que a contratação seja incentivada.
Atualmente, as outras linhas disponíveis possuem juros que variam conforme a TR ou a inflação. Mas a desvantagem da nova linha de crédito é que os juros são mais altos.
O jornal Extra entrevistou o professor de finanças do Insper para poder mostrar como funciona a nova modalidade.
Sendo assim, um comprador de um imóvel de R$500 mil pode optar pela nova modalidade de financiamento imobiliário, com a taxa prefixada, e no final de 30 anos esse comprador irá pagar em torno de R$57 mil a mais do que se ele tivesse optado pelo modelo de inflação do IPCA. E R$35 mil a mais do que o modelo tradicional, que possui como índice a Taxa Referencial (TR).
Se o comprador escolher o financiamento com taxa fixa, o valor de prestação será maior. Já se a opção for por parcelas baseadas na Taxa Referencial, os juros serão de 6,5% ou pelo IPCA de 2,95%. Porém, em ambos os casos a variação desses indicadores serão alteradas ao longo dos anos.
Essa nova linha de crédito é válida para os imóveis residenciais novos ou usados, com o financiamento de até 80% do valor total do bem e um prazo de até 360 meses, ou seja, 30 anos para pagar. As contratações estão disponíveis a partir de hoje, sexta-feira (21).
Aqueles que já possuírem conta no banco, os juros irão variar 8% a 9% ao ano, já para aqueles que não são clientes a taxa é de 9,75% ao ano.
O professor de Finanças do Insper, Michael Viriato, observa que mesmo que os juros praticados nesta modalidade sejam mais altos que outras opções disponíveis no banco, o modelo oferece maior segurança ao tomador de crédito, já que não haverá surpresas futuras com a variação de indexadores nas prestações.
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“A primeira questão é se esta prestação para financiamento do imóvel cabe no meu bolso. Se você vai tomar um crédito de 20, 30 anos, não saber o que vai pagar no futuro é ruim. Esse é um risco que se corre ao captar o empréstimo com indexador de IPCA. A inflação, em dezembro, subiu mais do que o esperado, embora não haja perspectiva de curto prazo para a aceleração de preços. Por outro lado, ao contratar a nova linha, o comprador já sai pagando mais caro, com taxas muito acima das que têm sido praticadas pelo mercado depois da queda da Selic”, disse Viriato.