Alteração no dólar faz com que os produtos importados fiquem cada vez mais caro. Na última semana, levando em consideração as elevações da moeda americana, Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba) pôde constatar que os produtos importados passarão a ficar cada vez mais caros. O aumento varia entre 8% e 12% para queijos, vinhos e gêneros alimentícios em geral.
Nessa sexta-feira (14), o Banco Central fechou o mercado de câmbio com uma operação de US$ 1 bilhão. Diante desse cenário, o dólar comercial caiu em 0,79%, sendo fixado em R$ 4,299. Apesar da queda semanal de 0,46%, a moeda ainda segue apresentando uma valorização de 7,23%, pesando no bolso do consumidor popular.
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Presidente da Abba, Adilson Carvalhal Júnior, afirma que esse cenário faz com que as empresas tentem segurar seus repasses. Ele explica que nesse momento está se avaliando o estoque de produtos e o tempo de repasse dos mesmos. A ideia é esperar a taxação diminuir, mas não se sabe se isso será possível.
“Depois disso, ficou impossível segurar esses reajustes. O reflexo na gôndola vai depender dos estoques das empresas. O avanço da divisa ultrapassou os limites das empresas, que estavam negociando com os fornecedores desde o fim do ano passado”.
Os vinhos europeus tiveram uma elevação entre 6% e 8% com novo valor do dólar. Já os vindos dos demais países, o acréscimo foi entre 8% e 12%. No caso das cervejas, estas estão 6% mais caras. Os sapatos, também tiveram suas tabelas elevadas.
Segundo Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados, se o dólar continuar no atual patamar, o aumento será ainda maior. Ele explica que a moeda é utilizada como cálculo base na hora de mensurar as despesas de custo de matérias-primas do setor petroquímico, utilizadas para a produção dos calçados.
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Com os reajustes, diversas marcas estão reformulando suas tabelas de preço, na tentativa de negociar o câmbio usado em seus últimos contratos, antes do aumento. Daniel Swerts, sócio da marca Talho Capixaba, afirma que agora é a hora de recriar estratégias.
“Estamos tentando alternativas para segurar os preços. Hoje não há espaço para altas, pois é ruim para o consumidor. Por isso, todos estão fazendo esse esforço, varejo e fornecedores” alegou.
Na Licia Vidigal, diretora executiva do Farinha Pura, também admite a preocupação com seus clientes, mas reforça que nesse momento é importante mesmo tentar se articular com os fornecedores.
“Quando percebemos que o dólar estava subindo, sentamos com os fornecedores e negociamos. Estamos em um momento em que todos têm de fazer um esforço para ativar a economia”, defendeu.