Sem o DPVAT quem se responsabiliza pelas vítimas de trânsito?

Proposta por Jair Bolsonaro, durante o mês de novembro, a medida que visa cancelar o beneficio do DPVAT vem causando discussões sejam em âmbitos sociais ou parlamentares. Muitos estão se questionando quem se responsabilizará pelas vítimas de acidente de trânsito caso o auxílio seja realmente cancelado.

Sem o DPVAT quem se responsabiliza pelas vítimas de trânsito?
Sem o DPVAT quem se responsabiliza pelas vítimas de trânsito?

Segundo o governo federal, os brasileiros que se acidentarem no trânsito serão assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, há muitas queixas tendo em vista que mesmo que sejam amparados pelos hospitais, não haverá o pagamento de indenização.

Em casos mais graves que impeça a pessoa de trabalhar, por exemplo, ou para custear tratamentos e remédios, o DPVAT, se cancelado, não auxiliará mais este grupo.

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Quando desenvolvido, o projeto tinha exatamente como finalidade proporcionar uma ajuda de custo mediante aos transtornos ocasionados pelo acidente.

A proposta ainda está em tramitação e pode ser reprovada pelos parlamentares. Segundo o jornal O Globo, até agora 65% das opiniões administrativas vem se mostrando contrárias ao projeto. Para ser validado, é preciso que o Congresso o aprove entre os próximos 120 dias, caso contrário perderá sua validade.

Entretanto, mesmo nesse período probatório a proposta do governo federal refletirá nos números nacionais. Se a medida não for decidida ainda esse ano, a partir do dia 1 de janeiro de 2020 vitimas de trânsito ficarão sem cobertura do seguro.

Ao todo, mais de 80 mil brasileiros ficarão descobertos entre os meses de janeiro e abril. Tal fato acontece porque, mesmo não aprovado o seu cancelamento, o DPVAT só voltará a funcionar a partir de abril de 2020.

É importante lembrar que, este é o período onde mais se registra acidentes. Cerca de 31% das indenizações pagas acontecem durante os primeiros meses do ano, justamente a época em que o seguro estará suspenso.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a época também registra 50% do total anual de batidas e atropelamentos, levando em consideração as festas de fim de ano e carnaval.

Somente nos últimos 4 anos, o DPVAT contabilizou indenizações que variaram entre 80 e 104 mil durante os meses de janeiro e abril. Ao ser questionado sobre a situação final do processo, o governo informou apenas estar analisando as possibilidades, causas e efeitos.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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