O rapper Don L se tornou o primeiro artista brasileiro a bloquear suas músicas em Israel. Este, entretanto, é um gesto de solidariedade ao povo palestino e de repúdio ao genocídio em Gaza.
A decisão faz parte da campanha global “No Music for Genocide”, que reúne mais de 400 artistas internacionais. Entre estes nomes estão:
- Massive Attack;
- Arca;
- MIKE;
- Carole King.
Assim, estão todos comprometidos em boicotar o Estado israelense por suas ações militares contra civis palestinos.
O movimento ganha força em 2025 como uma resposta ao agravamento da crise humanitária em Gaza.
Ele busca criar sanções culturais simbólicas, semelhantes às que ajudaram a isolar o regime do apartheid na África do Sul, décadas atrás.
O que é o movimento “No Music for Genocide”?
O No Music for Genocide nasceu de um grupo de músicos e produtores internacionais. Eles se recusam a permitir que suas obras toquem em Israel.
A proposta é simples, mas poderosa: usar a arte como forma de resistência e impedir que ela seja usada como ferramenta de normalização de políticas violentas.
A iniciativa se inspira em outros movimentos culturais, como o Film Workers for Palestine, que reúne mais de 8 mil profissionais do cinema ao redor do mundo.
Esses grupos defendem que o boicote cultural pode pressionar governos e empresas a reverem alianças e políticas que sustentam conflitos e ocupações.

“Não posso compactuar com genocídio colonial”, diz Don L
Em entrevista, Don L afirmou que sua atitude é simbólica, mas necessária.
“Sou apenas um artista com sensibilidade humanista radical. Não posso compactuar com o genocídio colonial que tem acontecido em Gaza.”
Além disso, o rapper fez uma reflexão sobre o paralelo entre a Palestina e o Brasil. Apontou, aliás, que o país foi “construído sobre o extermínio de povos indígenas e o sequestro de africanos escravizados”.
Segundo ele, aderir ao boicote é “o mínimo do mínimo” diante da violência colonial que se repete em diferentes formas.
Repercussão e impacto do gesto
O gesto de Don L ecoa não apenas no meio musical, mas também entre ativistas de direitos humanos e críticos de arte.
Para muitos, essa decisão simboliza um novo posicionamento político da cena cultural brasileira. Uma vez que passa a se alinhar a movimentos internacionais de denúncia e solidariedade.
Ainda que controverso, o boicote cultural reforça um ponto essencial: a arte também é política.
E, neste caso, Don L transformou suas plataformas em uma voz de resistência global. Com isso, abre caminho para que outros artistas brasileiros repensem o papel social de sua música.