O ministro Luís Roberto Barroso deixará o Supremo Tribunal Federal (STF) em breve, pois vai se aposentar. Seu lugar será preenchido não só por critérios técnicos, mas também pressões políticas, simbólicas e institucionais.
Tem ganhado força o nome de Daniela Teixeira, ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas quem é ela, quais são seus pontos fortes para ocupar uma cadeira no STF?.

(Foto: Gustavo Lima/STJ)
Perfil e trajetória de Daniela Teixeira
- Daniela Teixeira atualmente exerce o cargo de ministra no STJ, onde atua em temas sensíveis e de grande repercussão.
- Sua carreira no Judiciário é marcada por posições técnicas, decisões equilibradas e atuação em casos complexos, o que contribui para sua reputação de magistrada séria e preparada.
- Não se trata de figura política: ela vem da carreira judicial, o que costuma pesar na escolha para o STF, por buscar manter a aura de imparcialidade e autoridade técnico-jurídica.
- É apontada por aliados e observadores como uma alternativa que uniria a necessidade de renovação com exigência de competência.
Motivos que fortalecem seu nome para ocupar a vaga de Barroso
- Pressão por mais mulheres no STF
Nos bastidores cresce o apelo por nomeações que reflitam diversidade de gênero no tribunal. A escolha de uma mulher tende a atender sob pressão política, social e institucional. - Tecnicalidade e perfil moderado
Em um momento de polarizações intensas, um nome que fuja de extremos e que tenha preparo reconhecido é bem-visto por parcelas amplas do Congresso e da sociedade. - Menos risco eleitoral
Diferente de figuras com forte viés político ou visibilidade pública demasiada, Daniela representa um perfil de magistrada com menos exposição ideológica — o que pode tornar sua indicação menos controversa. - Potencial de costura política
Seu nome pode ser usado como “moeda de conciliação”: agradar alas feministas, grupos moderados, parte da base política governista ou o centro do Congresso.
Desafios e obstáculos
- Resistência política
Mesmo com atributos técnicos, haverá quem prefira nomes mais alinhados a correntes ideológicas específicas. A indicação ao STF costuma ser palco de disputas entre caciques partidários, bancadas ou alas judiciais. - Exposição ao escrutínio midiático e público
Nos tribunais superiores, cada voto, cada decisão é acompanhado de perto. Daniela terá de suportar pressão pública, críticas políticas, questionamentos de redes sociais e da mídia. - Equilíbrio entre independência e expectativa política
Manter sua independência técnica será fundamental, ainda que há expectativas de quem a apoie para se posicionar em certas causas. - Conselho político e articulação no Senado
A nomeação ao STF precisa passar pelo Senado. Daniela terá de conquistar senadores, construir alianças, evitar que seu nome trave em comissões ou seja alvo de obstrução.